A Biblioteca Pública do Espírito Santo (BPES) foi a quinta criada no País, em 1855. Em mais de 150 anos de história, o acervo atual já conta com cerca de oito mil obras, entre clássicos da historiografia e também da literatura capixaba, além de obras raras. O espaço, localizado na Praia do Suá, em Vitória, lança anualmente diversas obras que resgatam a cultura local e são, inclusive, distribuídas gratuitamente ao público. Neste ano, a Biblioteca ampliou seu arquivo público com obras de diversos gêneros, tipos e autores.
Além de ser palco para o lançamento oficial de diversos livros ao longo de todo o ano, como no caso das obras O Banco de Jardim (romance de Felicidade Albertino Méia) e Quem é Você Mulher? (reunião de textos de mais 20 autoras capixabas), a Biblioteca aumenta seu acervo a partir dos lançamentos publicados pelo Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (Apees), que é responsável por movimentar as prateleiras da BPES.
Entre as obras que foram lançadas neste ano estão Aboio de fantasmas (Andréia Delmaschio); Submersa (Flávia Carpanedo); O poeta da cidade – Elmo Elton: vida e obra (Elmo Elton); Negros, índios e mestiços: Estudos etnográficos (Afonso Cláudio); entre muitos outros. Entretanto, como destaque, dois livros da Coleção Canaã serão detalhados, são eles: Viagem ao Espírito Santo (Princesa Teresa da Baviera) e Donatários, Colonos, Índios e Jesuítas (Nara Saletto).
Viagem ao Espírito Santo (Princesa Teresa da Baviera)
Traduzido por Sara Baldus e organizado por Julio Bentivoglio, o livro de 173 páginas foi estruturado originalmente no ano de 1888. Na época, a princesa Teresa da Baviera, alemã, chegou aos trópicos brasileiros a mando de Dom Pedro II. Seu objetivo era estudar cientificamente os índios botocudos. Para isso, Teresa da Baviera precisou chegar ao Espírito Santo e fazer uma rota que a levaria ao encontro dos índios. Durante três semanas ela e seus acompanhantes navegaram pelo rio Santa Maria da Vitória, percorreram 200 km em canoas e cavalos, passaram por florestas, montanhas e rios e, finalmente, chagaram à beira do Rio Doce, onde habitavam os botocudos.
O livro inclui ainda o diário de viagem do Barão Maximiliano Von Speidel, – um dos acompanhantes da princesa – e apresenta as percepções dela sobre os botocudos e as relações estabelecidas com eles. Além disso, Teresa da Baviera retrata seu contato com a fauna e a flora da Mata Atlântica e os casos resultantes da viagem para encontrar os botocudos.
Donatários, Colonos, Índios e Jesuítas (Nara Saletto)
Escrito em 1998 pela historiadora Nara Saletto, o livro apresenta um retrato do início da colonização do Espírito Santo. Composto por 137 páginas, a obra destaca as relações entre jesuítas, índios e colonos no começo da colonização capixaba. O objetivo é fazer compreender as primeiras décadas da ocupação em solo capixaba, mas para isso, Nara não coloca em voga só um punhado de escritos historiográficos, mas foca no perfil de personagens marcantes desse período no Espírito Santo.
O livro, então, destaca a biografia dos seguintes personagens: os jesuítas José de Anchieta, Brás Lourenço e Pedro Palácios; os donatários Vasco Fernandes Coutinho, Marcos de Azeredo e Francisco Gil de Araújo; o índio Maracajaguaçu; e a espanhola Maria Ortiz. Todos eles unidos como forma de concentrar seus feitos importantes na colonização do Espírito Santo.
Serviço
A Biblioteca Pública do Espírito Santo está localizada na avenida João Batista Parra, 165, Praia do Sua, Vitória.
O Arquivo Público do Estado do Espírito Santo fica na rua Sete de Setembro, Ed. Getúlio Rezende, 414, Centro História, Vitória.