Natália Laurete ganhou na categoria Poesia e teve mais 18 mil visualizações com o poema “O Brazil está matando o Brasil”
O anúncio dos vencedores do Festival Autoral Pandêmico foi feito ao vivo na noite desse domingo (5) na página do Festival Fico em Casa ES, que deu origem ao novo evento, este exclusivamente com poesias e composições autorais de artistas do Espírito Santo que refletem de forma crítica sobre a pandemia de Covid-19 e seus impactos para a sociedade.
O evento teve R$ 5 mil e troféus de premiação para os vencedores nas categorias Música e Poesia, frutos de doações de pessoas apoiadoras. Foram vencedores duas pessoas em cada categoria na versão adulta e um em cada uma no infanto-juvenil. As notas que definiram os ganhadores foram feitas por meio de uma média entre a avaliação de um júri de especialistas e o voto do público por meio de curtidas. Os 23 vídeos finalistas somaram 73 mil visualizações e quase 14 mil curtidas, ajudando a dar visibilidade à produção dos artistas capixabas.
Uma das organizadoras, Guilene Leonardi destacou que o Festival Autoral Pandêmico é um evento pioneiro no Brasil. “O que nós pretendíamos com esse festival era deixar um legado para o Espírito Santo e para o mundo pós-pandêmico. Todos artistas que se inscreveram, classificados ou não, finalistas ou não, estão de parabéns, agradecemos muito a adesão, como agradecemos como sociedade capixaba pelo empenho dos artistas”, disse ela, que atuou como Mestre de Cerimônias da premiação.
Uma novidade anunciada foi a transformação das obras em um e-book em parceria com a Editora Cousa, reunindo os projetos participantes. O regulamento do festival também prevê que seja realizada uma apresentação com os vencedores após o fim das medidas de isolamento social.
Confira abaixo os premiados e suas obras:
Poesia Infanto-Juvenil
O primeiro anúncio de prêmio foi para a poesia infanto-juvenil, que teve como vencedora Kellen Mara Ferreira Gomes, de 16 anos, moradora do Bairro da Penha, em Vitória. Ela participa do Projovem, da Prefeitura Municipal, que atua junto aos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) oferecendo atividades complementares para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade.
A partir da mobilização de educadores do projeto, foram 17 adolescentes inscritos e seis finalistas entre músicas e poesias na categoria infanto-juvenil.
Música Infanto-Juvenil
Entre as músicas, a premiada foi a obra Fora de Lugar, de Renata Portella. Após o anúncio, ela relatou que teve conversas com outra finalista concorrente e decidiu compartilhar seu prêmio de R$ 500 com os outros dois finalistas.
Poesia Adulto
Entre as obras adultas, foram dois contemplados por categoria, sem classificação de primeiro e segundo lugar.
O primeiro anúncio foi para a Natália Ferreira Laurete, que teve o recorde de todo festival em seu vídeo, com mais de 18 mil visualizações. Confira abaixo a poesia O Brazil está matando o Brasil.
Outro vencedor foi o poeta e ator Ronald Alves, com a obra Um ano vinte qualquer, com imagem de sua janela após um dia de chuva.
Música Adulto
Um samba-canção esperançoso foi um dos vencedores, com a canção Nossa Vitória, composta por Maurício Abdalla e com música e interpretação de Cecitônio Coelho.
Professor de Filosofia da Universidade Federal do Estado (Ufes), Abdalla afirmou que o objetivo da inscrição foi, caso ganhasse, realizar doação da sua parte do prêmio para apoio às famílias em situação mais vulnerável devido à crise da Covid-19. Ele anunciou que os R$ 500 serão enviados integralmente para apoiar a Central de Doações e Distribuição de Alimentos do Centro de Vitória.
O último ganhador do festival foi um representante do interior. Jocenir Leite, do distrito de Nestor Gomes, em São Mateus (norte do Estado), trouxe uma tradicional moda de viola em Visão Caipira, que interpretou na cadeira de rodas que usa para se locomover.