Produzido em 2015, o filme tem 19 minutos de duração e aborda a traumática experiência da interrupção de uma gravidez indesejada entre jovens negras e pobres das periferias das cidades, por meio do drama da personagem Marcela, que assume, sozinha, os riscos e as dores de realizar um aborto clandestino.
A sessão acontece a partir das 14 horas na sede do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), em Rosário de Fátima, na Serra.
“Sem apelos sentimentais ou discursos fundamentalistas, o objetivo do cine-debate é romper com o silenciamento generalizado que ajuda a perpetuar essa situação”, expõem as organizadoras da Coletiva.
Até porque, a criminalização não impede que aconteçam 55,7 milhões de abortos por ano no mundo, ou 160 mil por dia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, contextualiza a Coletiva, estima-se que tenha sido realizados 500 mil abortos em 2015, sendo que, para as mulheres jovens e negras, como é o caso da personagem do curta, o risco de morrer por causa de um aborto é duas vezes maior.
“O tema tem sido objeto de manifestações massivas no mundo inteiro e também deve ser visto não apenas pelo viés da saúde pública, mas também como um direito social”, afirmam.
No Brasil, a permissão legal para o aborto foi estabelecida da década de 1940 – artigo 128 do Código Penal – e se restringe a casos de bebês com anencefalia ou frutos de crimes de estupro, ou em caso de risco de vida para a mãe, lembra a jornalista Gisele Pereira, que milita pelos direitos das mulheres no Fórum de Mulheres, no Movimento Mulheres em Luta (MML) e no CDDH.
Periodicamente, no entanto, o Congresso Nacional propõe alguma normativa que visa reduzir esse direito, ao invés de ampliá-lo, sendo o caso mais recente a PEC 181, de 2015, cita a jornalista.
“Queremos que esse debate ganhe espaço público, pois ainda é tido como tabu, não só no Espírito Santo, mas em todo o Brasil e no mundo”, diz. Uma referência no avanço sobre a questão é o Uruguai, que há cerca de três anos descriminalizou e legalizou o aborto, que é realizado pelo Estado mediante prerrogativas estabelecida em lei federal.
Serviço:
Cine-Debate da Coletiva Direitos Sexuais e Reprodutivos do Fórum de Mulheres do ES
Exibição do curta-metragem A boneca e o Silêncio – 2015, 19 minutos
Data: Domingo, 20 de maio de 2018, às 14h
Local: Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), em Rosário de Fátima, na Serra.
Mais informações na fanpage do Fórum de Mulheres do ES