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Amigos e familiares de sindicalista fazem caminhada antes do julgamento do prefeito Jorge Donati

Os amigos e familiares do sindicalista Edson José dos Santos Barcellos, assassinado em junho de 2010, fará, uma caminhada neste sábado (15), em Conceição da Barra (norte do Estado) pedindo justiça no julgamento do caso, marcado para a próxima segunda-feira (17). O prefeito do município, Jorge Donati, foi indiciado pelo mando na morte e será julgado pelas Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), por ter foro privilegiado.

A concentração da caminhada acontece às 8h30 na igreja São João, no bairro Cohab, seguindo para o Centro do município.

O relator do processo é o desembargador Pedro Valls Feu Rosa e a revisora substituta é a desembargadora Heloísa Cariello.

A instrução processual foi concluída em fevereiro deste ano pelo desembargador substituto Marcelo Menezes Loureiro, que substituiu o desembargador Pedro Valls na análise do processo.

Na decisão monocrática que encerrou a instrução, o magistrado indeferiu a suspensão do processo, pleiteada pela defesa de Donati. Os advogados do prefeito levantaram a suspeição do desembargador Pedro Valls Feu Rosa e pediram suspensão do processo até o julgamento do feito.

Crime

Edson Barcellos era servidor concursado da administração municipal. Ele vinha denunciando desvios de verbas que Donati teria praticado como chefe do Executivo municipal e iria prestar depoimento em Vitória sobre as denúncias de compra de votos durante a campanha do atual prefeito à eleição, em 2008, mas foi assassinado antes, em junho de 2010.

O sindicalista foi encontrado morto, no dia seguinte ao sequestro, com sinais de execução, em meio a uma plantação de eucaliptos nas imediações do município barrense. No local, o sindicalista teve os pés e as mãos amarradas, os olhos vendados e a boca amordaçada. Sem chances de defesa, a vítima foi morta com um tiro na testa.

Um dos acusados de ser o executor do crime, Diego Ribeiro Nascimento, em depoimento à Polícia Civil, confessou que foi contratado por intermédio de Oséias Oliveira da Costa para matar o sindicalista pela quantia de R$ 7 mil, a mando de um “peixe grande” que se chamava Jorge Donati. O outro denunciado pela autoria do crime é Rodolpho Nascimento do Amaral Ferreira.

Após matarem Barcellos, os dois pistoleiros teriam seguido para o município de Aracruz, no norte do Estado, para se livrar do carro da vítima. O corpo foi desovado em local ermo e atearam fogo no Santana do sindicalista para dificultar as investigações da polícia.

As duas armas utilizadas no crime, segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPES), foram fornecidas por James Antônio de Almeida e Rondinelli Ribeiro do Nascimento Amaral.

Donati chegou a ser preso preventivamente durante as investigações. Uma dessas prisões se deu após o assassinato de uma das testemunhas do crime do sindicalista, Mateus Ribeiro dos Santos, o Mateusão, que foi executado em Linhares (norte do Estado) após denunciar que o prefeito de Conceição da Barra estava envolvido no crime.

O caso teve tanta repercussão no município que teria havido até mesmo pressão em cima do bispo de São Mateus para que o padre da paróquia de Conceição da Barra, Moacir Pinto, fosse afastado. Ele dissera na missa de corpo presente do sindicalista que nem ele nem a população do município poderiam descansar enquanto não fosse solucionado o crime.

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