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Ano de 2015 começa com casos de violência extrema contra mulheres

Que o Espírito Santo é um dos líderes em casos de violência contra a mulher no País não é novidade, mas o ano de 2015 está sendo atípico por conta dos casos de violência extrema contra mulheres, praticada por pessoas do convívio das vitimas. No caso mais recente, a jovem Ana Clara Cabral Félix, de 19 anos, foi assassinada a tiros pelo namorado, o soldado Itamar Rocha Lourenço Júnior nesta quinta-feira (5). 
 
No início da semana, na segunda-feira (2), a dona de casa Jaiana Cláudia Siqueira, foi encontrada morta a tiros em casa, no município de Linhares, no norte do Estado. Na quarta-feira (3), o marido dela, Ronaldo Santana Carapina, se apresentou à Polícia Civil dizendo ter matado a mulher. 
 
Os dois casos têm em comum o fato de os assassinos terem o sentimento de posse pela mulher. No caso de Ana Clara, familiares e amigos ressaltam o comportamento violento de Itamar, que já havia agredido a jovem e era extremamente ciumento. Já no caso de Jaiana, o marido alegou que ela tentava terminar o relacionamento por estar se envolvendo com outra pessoa, por isso houve uma briga que culminou na morte dela. 
 
Esses casos, no entanto, mostram como a violência contra a mulher está naturalizada no Estado. De acordo com a coordenadora do Fórum de Mulheres do Estado, Mariana Gava, ainda há a ideia que a mulher é propriedade do homem e, em contrapartida, não há políticas públicas de prevenção a essa violência. 
 
Ela lamenta essa violência letal contra mulheres no Estado lembrando que contra a morte delas não há tratamento. “O que mais assusta é que mulheres jovens estão sendo as vítimas”, diz Mariana. 
 
O Fórum vem fazendo um levantamento sobre os casos de assassinatos de mulheres no Estado, com o auxilio de recortes de jornais que registrem a violência, já que não há a diferenciação entre os tipos de crime. A entidade tem o objetivo de fazer um dossiê contendo todos os casos de violência contra a mulher, principalmente aqueles que terminam em assassinato. 
 
Somente nos 36 primeiros dias de 2015 foram, pelo menos, 16 assassinatos de mulheres no Estado. Em 2014 foram 132 mortes violentas e em 2014 foram 159 feminicídios.  

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