Após ocupação no prédio da Reitoria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), na manhã desta quinta-feira (22), o Grupo Mães Eficientes Somos conseguiu se reunir presencialmente com representantes da instituição. A reunião, segundo a coordenadora da entidade, Lucia Mara dos Santos Martins, foi positiva, já que a Ufes assumiu o compromisso de garantir a inclusão dos estudantes com deficiência.
A ocupação aconteceu devido à dificuldade de matrícula por parte desses alunos em disciplinas oferecidas na universidade. Essa situação, de acordo com Lucia, fere a Lei 13.146, que institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência, estabelecendo em seu artigo nono, atendimento prioritário em todas as instituições e serviços de atendimento ao público.
A coordenadora do Mães Eficientes Somos Nós relata que a universidade não somente assumiu o compromisso de garantir prioridade às pessoas com deficiência na matrícula, mas também de fortalecer o Núcleo de Acessibilidade da Ufes (Naufes) e a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Cidadania (Proaeci).
“Precisamos que o Naufes e a Proaeci tenham voz. Quando a demanda das pessoas com deficiência chega nesses espaços, somos bem atendidos, mas quando encaminham nossas necessidades para outros órgãos da universidade, não é dado prosseguimento. O que nos parece é que o Naufes e a Proaeci não têm voz dentro da universidade”, ressalta Lucia.
Ela afirma que a Ufes também assumiu o compromisso de contatar estudantes com deficiência que desistiram de seus cursos para averiguar o motivo e as dificuldades encontradas.
Segundo Lucia, as dificuldades para conseguir matrícula passaram a acontecer com o Ensino Aprendizado Remoto Temporário Emergencial (Earte), que implanta aulas remotas durante a pandemia da Covid-19.
O filho de Lucia, por exemplo, que tem autismo e cursa Ciências Sociais, foi rejeitado por falta de vagas nas seis disciplinas nas quais se matriculou no semestre passado. Para solucionar o problema, a coordenadora do grupo afirma ter entrado em contato com a Administração Central, o Naufes, a Ouvidoria e a Prograd, não tendo, porém, solução imediata. No atual semestre, a situação se repetiu nas duas disciplinas quais o graduando tentou se matricular.
Além de oito mães, participaram da reunião o reitor Paulo Vargas; o vice-reitor, Roney Pignaton da Silva; o pró-reitor de Assuntos Estudantis e Cidadania; Gustavo Henrique Araújo Forde; o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Rogério Naques Faleiro; a chefe de Gabinete da Reitoria, Claudia Pedroza; a coordenadora do Naufes, Débora Nacari; e o representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Hilquias Crispim.