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Assédio a trabalhadores da antiga Codesa é novamente denunciado

Desde a privatização, em 2022, categoria protesta contra os critérios adotados pela nova empresa Vports

O presidente da Federação Nacional dos Estivadores (FNE) e do Sindicato dos Estivadores do Espírito Santo (Sindestiva-ES), José Adilson Pereira, voltou a denunciar, desta vez na Assembleia Legislativa, que a empresa Vports, vencedora da licitação da compra da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), privatizada em 2022, vem assediando moralmente os trabalhadores para adesão ao plano de demissão.

O sindicalista apontou que a privatização provocou um aumento do custo portuário, que tem onerado os operadores, em especial os menores, e que pode fazer o porto perder competitividade diante dos concorrentes. “Os setores dizem que a tarifa portuária está subindo, enquanto isso, o governo federal faz a tarifa cair (para os portos públicos) e, daqui a pouco, o Espírito Santo vai ser o mais caro. Vamos perder cargas e empregos”, alertou.

Representantes dos portuários querem que os empregados da antiga Codesa sejam absorvidos por outros órgãos públicos federais. O tema foi debatido em junho, em Brasília, com o secretário nacional dos Portos, Fabrízio Piedormenico, e, na última sexta-feira (14), em audiência pública na Assembleia que reuniu sindicalistas, trabalhadores e operadores portuários.
A deputada estadual Iriny Lopes (PT), vice-presidente do colegiado, ressaltou que a venda da Codesa gerou queda na arrecadação estadual e perda de poder político para o Estado, além de apreensão para os trabalhadores portuários. “Estamos com um conjunto enorme de trabalhadores e trabalhadoras que não sabem o seu futuro, que estão sendo empurrados para negociação de demissão voluntária, que não garante nada a ninguém, só um pequeno momento. Quando o dinheiro acabar, se não tiver arrumado um trabalho, estará desempregado ou subempregado”, enfatizou.
Para José Adilson Pereira, “o Porto de Vitória é o único que foi privatizado no Brasil e esse modelo foi copiado da Austrália, na contramão do modelo majoritário no mundo, que atua com a operação privada, mas mantém pública a autoridade portuária”.


Como exemplo, citou que apenas a possibilidade de privatização do Porto de Itajaí, em Santa Catarina, no governo anterior, fez várias empresas pararem de operar na cidade, o que causou desemprego e perda de arrecadação para a prefeitura do município.

O sindicalista criticou ainda a falta de diálogo com os trabalhadores nesse processo, que foi dado apenas mais um ano de estabilidade, e lançado um Plano de Demissões Incentivadas e Voluntárias (PDIV) que atendeu os funcionários mais antigos, mas não os mais novos.

Os trabalhadores concursados da Codesa vêm se movimentando também junto à Advocacia Geral da União (AGU), para dar prosseguimento ao processo para definir os critérios de transferência para órgãos públicos. O prazo para adesão ao PDIV, previsto para maio, foi prorrogado para a conclusão dos trâmites de realocação.

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