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Associação inaugura Centro de Cidadania e Formação LGBTI+ em Vitória

Funcionando no Centro, espaço terá equipe com psicólogo e assistente social e atividades periódicas

A Associação Gold inaugura na próxima quinta-feira (18), às 15h, o Centro de Cidadania e Formação LGBTI+ em sua sede no Centro de Vitória. O espaço contará com equipe formada por profissionais da psicologia e assistência social, funcionando de segunda a sexta-feira entre 14h e 18h a partir de sexta-feira (19).

O projeto vai funcionar no mesmo local que serve como Centro de Referência para Pessoas Trans, projeto iniciado no início de 2020 e que agora tem seu escopo ampliado para atender um público mais amplo. “Aconchego” é como o local é chamado por buscar oferecer acolhimento à população LGBTI+. Segundo Déborah Sabará, o local tem as portas abertas durante o horário de atendimento, embora quem deseje pode também reservar pelo telefone ou Whatsapp (27) 99956-6004. O local possui uma sala de atendimento, sala de espera e outra para eventos, localizados no nono andar do Edifício Alexandre Buaiz, na Avenida Presidente Florentino Avidos, 502.

Vitor Taveira

A experiência do Centro de Referência, que começou a funcionar no início de 2020, serviu como base para ajudar a pensar as formas de atendimento adequadas, com o diferencial de contar com equipe formada por profissionais LGBTI+. “Tivemos muita demanda de pessoas trans, mas também de familiares, na maioria mães, mas também irmão e amigos e muitos poucos pais”, conta Déborah.

“Muitas vezes a população LGBTI+ desconhece os direitos que tem e os locais que pode ter acesso”, explica. “Por exemplo, há adolescentes trans que entram na escola e o professor não chama pelo nome social, que é uma conquista que temos no Espírito Santo desde 2010”. Mas a atuação da Gold evita judicializar esse tipo de caso. “Acontece por falta de conhecimento de professor e diretor da escola. Nós dialogamos, entramos em contato, explicamos que existe uma lei, que ela deve ser seguida”.

Por esse e outros tipos de situações, pessoas LGBTI+ ou amigos delas vêm consultar para saber como proceder. O nome social, por exemplo, é conseguido gratuitamente por meio de um cartório, mas muitos não sabem disso e podem acabar pagando advogado para esse serviço.

O Centro de Referência teve que se reinventar ao longo do caminho por conta da pandemia de Covid-19, passando a realizar atendimentos online e também realizando ações de doações de alimentos para as pessoas que estavam em maior necessidade. Déborah conta que o número de pessoas LGBTI+ em situação de rua aumentou e isso faz necessário também dialogar com os serviços públicos de assistência a essa população, como os Centros Pop, abrigos noturnos e serviços de abordagem social.

Agora, com o Centro de Cidadania e Formação LGBTI+ o desafio, além de ampliar o público, é também promover outras atividades em parceria com grupos sociais, promovendo grupos terapêuticos, atividades com arte, artesanato e outros tipos. Nas tardes de quarta-feira serão realizados debates com temas de interesse da comunidade LGBTI+. O primeiro deles será na próxima semana, a partir das 14h, com Renan Cadais, gerente de Diversidade Sexual e Gênero da Secretaria de Estado de Direitos Humanos (Sedh), para falar sobre o papel da pasta dentro do Estado e quais as redes com que se articula.

Para o futuro, a Gold vislumbra a necessidade de criação da Casa Aconchego, um local que pudesse acolher pessoas como casa de passagem, com possibilidade de servir como alojamento temporário para LGBTI+ em conflito com familiares ou outras pessoas. “A Gold está buscando captar recursos, mas a proposta é que a funcionalidade da casa seja de responsabilidade de todo movimento LGBTI+”, diz, sobre a importância de envolvimento e gestão do local sonhado.

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