Reivindicações envolvem o direito à terra e ao trabalho e o fim das violências
Mulheres sem terra e quilombolas ocuparam as ruas em frente ao Palácio Anchieta, Centro de Vitória, na manhã desta terça-feira (8). O ato marcou o início das programações do Dia Internacional da Mulher, reunindo cerca de 200 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-ES) e do Levante Popular da Juventude. Na pauta, a luta pelo direito à terra e ao trabalho e o fim das violências contra mulheres no Espírito Santo.
Uma das reivindicações foi a necessidade de funcionamento efetivo da mesa de conflitos nos territórios, para que haja uma celeridade maior na resolução de impasses envolvendo o direito à terra no Espírito Santo.
“Denunciamos a falta de ação que reduza os danos causados pelos projetos no uso de agrotóxicos, as mudanças nas formas de produção da monocultura do eucalipto, que nos causa danos e violação de direito à vida saudável. Reivindicamos o direito de plantar e colocar comida na mesa de nossas famílias livre de veneno. Terra a quem nela vive e trabalha, por reforma agrária popular já”, diz nota do MST.
O ato foi iniciado às 7h e a expectativa é que o governador do Estado, Renato Casagrande, receba uma comissão de 20 mulheres, às 16h, para que as pautas e reivindicações sejam debatidas.
As manifestações em menção ao Dia Internacional da Mulher continuam na tarde desta terça-feira, com um ato marcado paras as 14h30 na Praça Costa Pereira, que contará com apresentações político-culturais e uma caminhada em direção ao Museu Capixaba do Negro (Mucane).
“A escolha pelo encerramento no Mucane se deu porque as mulheres negras foram as mais impactadas pela história colonial assentada na escravização e apropriação de seus corpos, fundando as bases do racismo estrutural, cujas implicações são expressas nas condições de trabalho e vida dessas mulheres até a atualidade. Mas não somente, queremos também expressar nosso repúdio à gestão do atual prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini [Republicanos], que continuamente vem atuando, pautado por racismo religioso, contra expressões culturais de matriz afrodescendente, como foi o caso do apagamento do Píer de Iemanjá no 2 de fevereiro deste ano”, destacou um comunicado.
Com o lema “Pela vida das mulheres: Bolsonaro nunca mais!”, a organização do ato conta com a participação de coletivos feministas, sindicatos e diversas organizações da sociedade civil. Além de ser um grito contra o feminicídio e a violência que atinge mulheres diariamente, a manifestação tem como pauta a luta por ações sociais para a juventude, políticas de emprego e renda e medidas para saída do Brasil do mapa da fome.