Uma manifestação percorreu as principais ruas do Centro de Vitória na manhã desta sexta-feira (15), para denunciar os casos de violência contra os idosos. O ato, que reuniu cerca de 200 pessoas, saiu do Centro de Convivência da Terceira Idade (CCTI), passou pelas ruas Gama Rosa, Baltazar e Rua Sete, terminando na Praça Costa Pereira.
O ato foi em alusão ao Dia Mundial de Enfrentamento da Violência Contra a Pessoa Idosa, celebrado em 15 de junho, e visa conscientizar a sociedade para os tipos de violência sofridas pelos idosos. O evento ainda contou com apresentações do projeto Caminhando Juntos do Romão (Cajun), de bandas de congo, teatro e uma série de oficinas.
Durante a manifestação, os organizadores alertaram que a violência não se dá apenas por meios físicos, mas também de forma psicológica, em que os idosos têm seus direitos cerceados, muitas vezes sofrendo ameaças de abandono.
De acordo com a secretária executiva do Conselho Municipal do Idoso de Vitória, Tatiana Galvão, foi uma manhã de luta para marcar o dia do enfrentamento e denunciar a violência contra os idosos.
A secretária ainda ressalta que esse ano a intenção é buscar cada vez mais a valorização da defesa dos direitos humanos de pessoas idosas, e pede que órgãos de atendimento ao idoso devem estar atentos no intuito de garantir e fortalecer as políticas públicas para essas pessoas.
“Podemos observar o crescimento do número de idosos tanto em Vitória quanto no Estado. São aproximadamente 42 mil idosos na Capital e 455 mil em todo o Espírito Santo. Acredito que ainda não estamos preparados para lidar de forma correta com as questões que envolvem o envelhecimento e, por isso, é importante levar o tema para o debate na sociedade”, ressaltou Tatiana.
Dados
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mais de 11% da população do Brasil é de idosos, totalizando quase 20 milhões de pessoas.
Infelizmente, por ano, o Disque 100, serviço que recebe denúncias de violência ao idosos, dentre outras violações, registra em média mais de 25 mil casos. Desses, 76,32% das denúncias são feitas contra negligência, seguindo por 54,41% contra a psicológica, 38,72% para abuso financeiro, 27,26% agressões físicas, e 0,74% crimes sexuais. Violências essas cometidas 75% dentro da própria residência do idoso e 50% por seus filhos.
A negligência acontece quando os familiares ou responsáveis pelo idoso se recusam a prestar cuidados mínimos para o desenvolvimento emocional, físico e social das pessoas da terceira idade (a partir dos 60 anos). Como, por exemplo, descuido com a saúde e higiene, privação de medicamentos, solidão, abandono, ausência de proteção, entre outros.
Como denunciar
A Secretaria de Direitos Humanos conta com o serviço do Disque 100, que pode ser acionado gratuitamente por qualquer pessoa e de forma anônima, e com um site para denúncias.
O Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos (Sindipúblicos), que apoiou o movimento, diz repudiar qualquer tipo de violência e incentiva que todos denunciem os casos que vivenciarem. A entidade destaca que se coloca sempre à disposição de seus sindicalizados idosos para devida orientação quando necessário e que a violência contra o idoso é mais que um ato desumano, é um problema social, político e de saúde pública.