O Banestes e o Centro Salesiano do Adolescente Trabalhador foram condenados ao pagamento de indenização a um adolescente aprendiz que, em desvio da função que deveria exercer, foi assaltado e espancado. O advogado do adolescente, Ricardo Ribeiro, conta que, apesar de ter sido contratado para fazer serviços internos, funcionários do banco pediram que ele fizesse pagamentos particulares em uma agência dos Correios e comprasse uma peça eletrônica em uma loja do Centro de Vitória quando o assalto aconteceu.
A sentença do fim de 2014 determina que o Banestes e o Centro Salesiano indenizem o adolescente em R$ 3.320,84. O advogado recorreu da sentença para que a indenização seja maior, objetivando o caráter pedagógico e para inibir a reincidência no futuro de procedimentos ilegais pelas empresas condenadas.
De acordo com a ação, o adolescente chegou ao trabalho, em 10 de julho de 2013 na agência do Banestes de Maruípe, em Vitória e começou a fazer atividades internas, realizando o arquivamento de alguns documentos. Pouco tempo depois, um dos superiores solicitou que ele fosse ao Centro de Vitória pagar uma conta e comprar a uma peça. Esta era a terceira vez que lhe era pedido para fazer serviço particular e externo.
Depois de pagar a conta e comprar a peça, o adolescente foi abordado quando seguia para o ponto de ônibus por um homem que lhe apontou uma arma e revistou seus bolsos. Como não havia nada para ser roubado, o assaltante passou a agredir o adolescente com socos e chutes.
Depois do espancamento, o adolescente conseguiu seguir até o ponto de ônibus e voltou à agência bancária, quando pediu ajuda às funcionárias, já que estava com dores e falta de ar. A mãe do adolescente foi chamada e ele foi levado a um hospital para receber os primeiros socorros. O Boletim de Ocorrência foi feito no dia seguinte ao assalto.
Depois de passar alguns dias em casa, por conta dos ferimentos, o adolescente retornou ao trabalho, mas não quis permanecer na função, por isso procurou o Centro Salesiano proceder a rescisão do contrato.
Ele se surpreendeu quando foi solicitado que na carta que ele teria de escrever para concluir a rescisão do contrato, que ele não mencionasse o assalto. Mesmo assim, o adolescente registrou o episódio no documento.