Representantes de várias religiões participaram da celebração no campinho do Convento da Penha
Diante da impossibilidade de ir às ruas devido à pandemia do coronavírus, como feito nos últimos 25 anos, o Grito dos Excluídos 2020 foi marcado por uma celebração inter-religiosa ocorrida na manhã desta segunda-feira (7), no Convento da Penha, em Vila Velha, transmitida pelas redes sociais. A 26ª edição contou com a participação do arcebispo da Arquidiocese de Vitória, Dom Frei Dario Campos; do pastor da igreja Luterana, Carlos Ulrich; da representante do Candomblé, Leila Silva; do umbandista Valdemir Anchesk; do representante da igreja Casa da Benção, Jakson Vicentini; e dos freis Pedro e Paulo, do Convento da Penha.
Este ano o tema do Grito dos Excluídos foi “Vida em primeiro lugar”, e o lema, “Basta de miséria, preconceito e repressão! Queremos trabalho, terra, teto e participação!”. Durante a celebração, foi lida uma carta por meio da qual foi feita um alerta para a exclusão que se amplia em meio à pandemia, em cenário de radical precarização da vida e do trabalho, com mais de 120 mil mortes, dezenas de milhões de pessoas desempregadas e graves ataques do governo federal à democracia”.
A exclusão, de acordo com o documento, “se dissemina, através de mentiras e fake news nas redes sociais, de discursos de ódio e armamentistas, de racismo e machismo, carregados de preconceito contra as diferenças e, principalmente, contra os mais pobres”. A carta aponta como um dos exemplos mais recentes dessa realidade “a retirada dos pertences da população de rua por caminhões e carros da prefeitura [de Vitória], com apoio dos agentes de segurança”, em referência ao ocorrido em 26 de agosto, quando o vereador da capital, Luiz Emanuel Zouain (Cidadania), junto com a Polícia Militar, participou de uma ação de retirada de pertences da população de situação de rua em Jardim da Penha.
O 26º Grito dos Excluídos é uma realização de Vicariato para Ação Social, Política e Ecumênica da Arquidiocese de Vitória; Fórum Igrejas e Sociedade em Ação; Comitê Popular de Proteção aos Direitos Humanos no Contexto da Covid-19 e Fórum Capixaba em Defesa da Vida das Trabalhadoras e Trabalhadores.

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