Grupo está na Rodoviária de Vitória com seus pertences e alega que o abrigo temporário é muito apertado
Um grupo de 20 venezuelanos da etnia Warao se encontram na Rodoviária de Vitória desde a manhã desta sexta-feira (11), de onde pretendem embarcar para Belo Horizonte, Minas Gerais. Eles alegam que a Unidade de Inclusão Produtiva de São Pedro, conhecida popularmente como Casa Azul, onde permanecem desde que chegaram, em agosto, está muito “apertada”. O local serve de abrigo para 51 famílias Warao.
A coordenadora da Cátedra Sérgio Vieira de Mello pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Brunela Vincenzi, relata que foi até a rodoviária e foi informada pelos próprios venezuelanos de que uma mulher do grupo tem familiares na capital mineira e disponibilizaria uma casa para eles. Os Warao também afirmaram que tinham dinheiro para a passagem, mas não sabiam que ela havia subido de preço. Por isso, a Prefeitura de Vitória complementaria o valor.
Segundo Brunela, um técnico da gestão de Lorenzo Pazolini (Repubicanos) foi até a rodoviária e, quando questionado sobre a questão da passagem, afirmou, porém, que a prefeitura não irá adquirir. Antes disso, a coordenadora da Cátedra Sérgio Vieira de Mello havia feito a mesma pergunta no grupo de WhatsApp formado por pessoas do poder público e da sociedade civil para discutir a situação dos Warao em Vitória, mas não obteve resposta, sendo informada de que a gestão municipal estava ciente de que um grupo estava na rodoviária e encaminhou assistência, como alimentação.
O Movimento Comunitário do Bairro Santa Clara encaminhou, no início de setembro, um ofício para a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), o prefeito Lorenzo Pazolini, a Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES), a Secretaria Estadual de Direitos Humanos (SEDH), o Ministério Público Federal (MPF) e o Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor do Espírito Santo (Procon-ES). Este último, devido ao fato de que o imóvel foi cedido ao Procon, que guarda móveis no prédio. No entanto, até hoje, não obteve retorno.
Desde 2021, os moradores utilizam a quadra da extinta escola aos finais de semana. Conforme consta no ofício, já foram apresentadas à gestão de Renato Casagrande (PSB) reivindicações que buscam a ampliação do acesso da comunidade ao espaço, uma vez que ela entende que se trata de “um espaço educativo, esportivo e cultural, pois sua essência de criação foi ser uma escola”. Assim, os moradores requerem a reforma da quadra e a reativação da unidade de ensino, possibilitando para a comunidade a oferta de cursos, atividades esportivas e culturais.