Fotos: Divulgação/ Coletivo Dona Astrogilda
No início do ano, Século Diário noticiou o lançamento oficial do Coletivo Dona Astrogilda em Aracruz, norte do Estado. Organizado desde 2018 a partir das manifestações do #EleNão contra a candidatura presidencial de Jair Bolsonaro, o movimento completa um ano de existência que tem feito diferença na formação política e organização popular no município.
Nesta quinta-feira (31), será feita a comemoração do aniversário a partir das 19h na Câmara Municipal, espaço em que o coletivo vem atuando tanto realizando atividades como acompanhando o andamento legislativo de questões que envolvem os direitos das mulheres e da sociedade em geral, como o projeto de lei contra a violência obstétrica que foi vetado pelo prefeito Jones Cavaglieri (SD).
O evento, além de comemorativo será formativo, contando com apresentação do grupo e das atividades realizadas e também com uma mesa de debates que terá como convidadas Ana Paula Rocha, do Círculo Palmarino, Edna Calabrez, do Fórum de Mulheres do Espírito Santo, e a deputada estadual e ex-ministra de Mulheres Iriny Lopes (PT).
O nome do coletivo faz referência à Rainha do Congo de Vila do Riacho, figura marcante na cultura do município, que deu a benção para a criação do grupo. “É a nossa matriarca, mulher guerreira, batalhadora e conhecidíssima no município e fora dele. Ela funciona como um exemplo de mulher de luta para todas as que participam do coletivo”, diz Camila Paulino, uma das integrantes.
Inspiradas por Dona Astrogilda, as mulheres organizadas de Aracruz participaram de atividades no 8 de março, Dia Internacional da Mulher, da Marcha das Margaridas em agosto em Brasília, do Grito dos Excluídos em setembro, de ações do projeto Mares Limpos, e também do evento cultural de protagonismo feminino organizado pelo Coletivo Forno Mental em Aracruz.
Uma das estratégias para se fortalecer no primeiro ano de existência foi a realização de rodas de leituras, reunindo as integrantes do coletivo e demais interessadas para discutir textos de autoras preocupadas com a situação das mulheres no mundo e com a emancipação feminina e de outras minorias.
“Percebemos, pelas discussões e leituras, que dentro desse sistema que vivemos a libertação das mulheres não vai ser completa, nunca”, diz Camila, pontuando o norte de transformação social ampla defendido pelo coletivo. A reforma da Previdência, que afeta o trabalhador brasileiro em geral e as mulheres em específico, também foi tema de uma roda de conversa promovida pelo coletivo.
Embora o ano esteja acabando, a perspectiva não é de descanso, mas de outras ações. Uma delas se dá no apoio às mulheres que farão a prova do Enem em Aracruz, nos dias 3 e 10 de novembro. “Prepararemos uma rede de solidariedade, na sede e na orla, uma casa com mulheres do coletivo para ficar com filhos e filhas das companheiras que precisarem desse suporte”, explica a integrante do coletivo. Mais detalhes sobre a rede de solidariedade será divulgadas na página do coletivo no Facebook.
No dia 16 de novembro, o Coletivo Dona Astrogilda realiza na Praça São João Batista, no Centro da cidade, mais uma edição de seu bazar, uma estratégia criada para levantar fundos para suas atividades políticas, já que se trata de uma organização autônoma, sem contar com patrocínios de empresas ou governos.