“A humanidade está se autodestruindo por conta da desumanização, por conta da violência, do abandono, que requer pensar e discutir a socioeducação. Hoje a prática de ato infracional por adolescente é recorrente na sociedade. Esses adolescentes fazem parte de uma sociedade e é preciso pensar num trabalho que dê condições de reposicioná-los, trabalhar a inclusão social. Precisa pensar na socioeducação”, ressaltou.
A representante do Iases destacou que é preciso pensar o adolescente como protagonista e que seja visto não como o problema, mas como a solução. “O jovem, hoje, precisa trabalhar essa perspectiva que está na sociedade e que os atos que vem praticando são resultado desse mundo considerado moderno. A socioeducação precisa se articular com políticas de saúde, educação, entre outras, para garantir o atendimento de qualidade”, avaliou.
Na visão de Clerismar, ela deve ser bifurca, ou seja, com o foco tanto quando o adolescente entra no sistema socioeducativo, mas também como medida protetiva ainda na comunidade para evitar que a criança venha cometer posteriormente o ato infracional. “A ação socioeducativa tem caráter pedagógico e social. A nível nacional percebe que é mais fácil atuar de forma repressiva e controladora do que em uma lógica social, de resgate da cidadania e no seu processo de socioeducação”, afirmou. A convidada também destacou o papel das câmaras municipais e da Assembleia Legislativa neste processo de assumir a socioeducação como política.
A presidente do colegiado, deputada Eliana Dadalto (PTC), disse que até o fim do ano será realizada audiência pública sobre o tema. Na reunião, também foi aprovado o Projeto de Lei 23/2015, de autoria da parlamentar, que inclui o termo “socioeducação” no nome da Comissão de Assistência Social, Segurança Alimentar e Nutricional.
O deputado Padre Honório (PT) destacou que é preciso buscar alternativas para ajudar e colaborar. “O que falta nos gestores é amor, qualquer ser humano quando chega amor, a violência vai embora. Como estamos tratando nossas crianças? Muitas vezes queremos jogar para longe o problema com coisas simples. Vejo que todo esforço é pouco”, frisou.