Moradores do bairro Santa Clara afirmam que não foram procurados pelo poder público para tratar do assunto
Os moradores do bairro Santa Clara, em Vitória, afirmam que, em nenhum momento, a comunidade foi procurada pelo poder público para dialogar sobre a transformação da extinta Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Maria Ericina Santos em abrigo para 51 famílias de venezuelanos da etnia Warao, que se encontram na Capital desde agosto. Os moradores reivindicam que esse diálogo seja feito, pois não sabem até que ponto a iniciativa pode afetar o acesso deles ao espaço e fazer com que não haja avanço em reivindicações antigas que dizem respeito à utilização do imóvel.
“Estamos aguardando que o poder público e todos os envolvidos nesse processo venham conversar pessoalmente com a comunidade. Infelizmente, isso ainda não ocorreu”, diz a assistente social Tania Tagarro, moradora do bairro.
O Movimento Comunitário do Bairro Santa Clara, diante da falta de diálogo, encaminhou, no início de setembro, um ofício para a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), a Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES), a Secretaria Estadual de Direitos Humanos (SEDH), o Ministério Público Federal (MPF) e o Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor do Espírito Santo (Procon-ES). Este último, devido ao fato de que o imóvel foi cedido ao Procon, que guarda móveis no prédio.
Desde 2021, os moradores utilizam a quadra da extinta escola aos finais de semana. Conforme consta no ofício, já foram apresentadas à gestão de Renato Casagrande (PSB) reivindicações que buscam a ampliação do acesso da comunidade ao espaço, uma vez que ela entende que se trata de “um espaço educativo, esportivo e cultural, pois sua essência de criação foi ser uma escola”. Assim, os moradores requerem a reforma da quadra e a reativação da unidade de ensino, possibilitando para a comunidade a oferta de cursos, atividades esportivas e culturais.