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Conferência Estadual de Juventude é adiada por tempo indeterminado

Miguel Intra, do Cejuve, discorda da proposta de calendário nacional sem que haja garantias de fim do isolamento social

A realização da IV Conferência Estadual de Juventude foi oficialmente adiada em acordo entre a Secretaria Estadual de Direitos Humanos (Sedh) e o Conselho Estadual de Juventude (Cejuve), que aprovou a medida por unanimidade devido à atual situação diante da pandemia do novo coronavírus. A previsão era de que o evento ocorresse nos dias 19, 20 e 21 de junho, mas a data ficará em suspenso até que se possa retornar do isolamento social.

“De forma virtual, infelizmente não conseguiríamos garantir a participação e a representação de várias juventudes. Entendemos a dificuldade em que vivemos e as consequências que a pandemia tem acarretado. Por isso, decidimos de forma conjunta a não realizar algo que não fosse democrático em tempos tão difíceis”, disse Fabrícia Goetsh Barbosa, gerente de Juventude da Sedh.

O presidente do Cejuve, Miguel Intra, explica que o processo de construção da conferência vem do ano passado e tem como objetivo efetivar algumas lutas levantadas desde gestões passadas, como a elaboração de um Plano Estadual de Juventude e a criação do Fundo Estadual de Juventude.

“Em trabalho conjunto de sociedade civil e poder público articulamos o Conselho, fizemos Comissão Organizadora e Executiva da Conferência. A partir daí começamos a realizar tanto trabalhos legais de organizar papeladas e documentos, como trabalhos de mobilização, articulação e político, para conseguir acumular para uma grande conferência estadual”, explica Miguel. A ideia era realizar conferências municipais previamente para que se chegasse a um maior acúmulo para as atividades a nível estadual, mas a chegada da pandemia da Covid-19 e início do período de isolamento social impediram que esse passo fosse dado, deixando o calendário suspenso.

Porém, a decisão difere da proposta da Comissão Organizadora Nacional (CON), que reúne representantes do governo federal e da sociedade civil, e é responsável pela organização da 4ª Conferência Nacional de Juventude. Após suspensão inicial diante da pandemia, a CON propôs um novo calendário, que culminaria com a realização da Conferência Nacional entre 17 e 19 de dezembro. Mas para isso, as etapas municipais teriam que ocorrer até 15 de agosto e as estaduais entre 26 de outubro e 8 de novembro.

“Não tem como seguir com essas datas sem ter certeza que tanto a OMS [Organização Mundial da Saúde] como o Estado brasileiro já vão ter permitido novamente organizações de eventos em que se possa aglomerar pessoas”, analisa o presidente do Cejuve. “Acreditamos que para elaborar uma conferência, ela precisa ser plural, representativa, e para isso tem que acontecer de maneira presencial e mobilizada. Sabemos que a democratização da internet não está completa, em especial para aqueles que mais precisam estar no debate para discutir políticas de acesso. Então uma conferência virtual não nos contempla”, pontua Miguel Intra

Repressão policial nas periferias

Além da questão das conferências de juventude, o Cejuve também solicitou reunião virtual com o governo do Estado para tratar das denúncias de violência em ações policiais ocorridas nas últimas semanas, a partir de denúncia da conselheira Crislayne Zeferina, atuante na região do Território do Bem, em Vitória, onde foram registradas ocorrências de moradores durante o período de isolamento social. O pedido do conselho é para que a Sedh possa organizar uma reunião com participação da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) para se reportar sobre os ocorridos.

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