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Conselho de Juventude repudia conservadorismo de vereadores de Vitória

A ocasião era a comemoração do Dia Municipal da Juventude, no dia 19 de julho, com uma cerimônia para homenagear 51 jovens lideranças, a maioria delas atuante nos bairros periféricos de Vitória. Realizada na Câmara de Vitória, a sessão virou polêmica após a abertura ter sido realizada com uma performance da drag queen Kiki Diamond, que dançou a música Bixa Preta, da MC Linn da Quebrada.

Comentários preconceituosos se difundiram pelas redes sociais e o presidente da Câmara, Cleber Felix (PP), publicou nota considerando que a apresentação exorbitou as condutas admitidas no Regimento Interno da Casa, ameaçando advertência ao vereador proponente da sessão, Vinícius Simões (PPS). Vinícius, por sua vez, tirou o corpo fora e falou que foi pego de surpresa pela performance.

Diante disso, o Conselho Municipal de Juventude (Comjuv) publicou uma nota sobre a situação. Além de reafirmar a importância simbólica das homenagens ocorridas na cerimônia como reconhecimento ao trabalho destes jovens, lembrou da atuação do conselho de forma plural, respeitando a diversidade de orientação sexual e identidade políticas das juventudes de Vitória.

A performance foi de certa maneira uma provocação a um grupo de vereadores que querem derrubar uma lei que pune administrativamente quem comete qualquer tipo de discriminação, pauta que mobilizou a comunidade LGBTI+ recentemente, levando a barrar o retrocesso. “Sinalizamos que o nosso jovem, que sim, realizou uma apresentação cultural, é um ator em causas potentes, em especial sobre as questões ambientais, o mesmo tem transformado vidas nas periferias. Porém ao utilizar sua atração cultural em um espaço do povo, o conservadorismo abre as portas e 'mostra a cara”. Kiki Diamond é interpretada pelo artista, estudante de Geografia e diretor do Diretório Central dos Estudantes da Ufes, Kassandro Santos, que em seu discurso falou sobre a ameaça de retrocesso com a aprovação da lei.

“Infelizmente o conservadorismo capixaba que estimula que corpos periféricos e pretos sejam tombados no chão não se conteve com a primeira iniciativa iniciada nesta sessão solene homenageando justamente estas juventudes. Com isso iniciaram a problematização disfarçada de 'minha opinião' para justificar a discriminação, o racismo, a lgbtfobia e o preconceito”, diz a nota do Comjuv, que pede por mais respeito e empatia.

O grupo de representantes juvenis chama atenção de como questões importantes para a juventude da cidade que foram levantadas pelos participantes no evento não figuraram na mídia, a despeito da repercussão sobre uma manifestação cultural que representa a pluralidade trazida por eles.

“Vamos à algumas delas, contidas na nota do Comjuv: por que o CRJ [Centro de Referência da Juventude] não está aberto até hoje? Por que no PA [Planejamento Anual] do final do ano não há investimento para as juventudes? Por que a Casa da Juventude não atende as diversas juventudes da região?”.

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