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Daniel da Açaí exonera todos os aposentados da prefeitura de São Mateus

Todos os servidores aposentados da Prefeitura de São Mateus, no norte do Estado, após serem exonerados pelo prefeito Daniel da Açaí (PSDB), foram desligados do quadro funcional do município. No total, 275 trabalhadores tiveram que deixar seus postos de trabalho a partir da publicação do Decreto 9.533/18, no dia 24 de janeiro, que declarou a vacância de cargos. 
 
O prefeito Daniel utilizou como argumentos para adotar tal medida a queda da receita e que está acima do limite fiscal, podendo ser enquadrado na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Além disso, deu um prazo de 10 dias para que os trabalhadores que, por acaso, não sejam aposentados e que tiveram seus nomes na listagem, apresentassem suas defesas. Quem não o fizesse seria desligado e deixaria de receber os vencimentos, o que passou a valer, de verdade, após o feriado de Carnaval.  
 
A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de São Mateus, Fabiane Santiago de Arruda, explicou que a decisão do prefeito é inconstitucional, uma vez que, desde 2005, os servidores de São Mateus ingressaram no Regime Único da Previdência Social, sendo atendidos pelo INSS. Nesse caso, podem optar em continuar trabalhando até os 75 anos. Ela denuncia, ainda, que o prefeito adotou a medida de maneira autoritária, sem consultar os aposentados e até sem respeitar decisão da Justiça. 
 
Segundo Fabiane Arruda, existe decisão da 1ª Vara Cível de São Mateus em favor de medida cautelar impetrada pelo Sindicato, determinando que o prefeito desse o direito ao contraditório, ou seja, que os aposentados fizessem suas defesas. Nesta segunda-feira (19), o Sindicato representou novamente à 1ª Vara denunciando que o prefeito não cumpriu a decisão judicial. “Também estamos cogitando em entrar com ações individuais”, disse Fabiane, que completa: “Constrangedora, a lista expôs os servidores, comprometendo o salário de muitos deles”. 
 
Muitos dos aposentados desligados contestam a decisão do prefeito. Alguns questionam que, caso Daniel quisesse ajustar a folha de pagamento, cortaria os cargos comissionados e não pessoas que se dedicaram muitos anos à vida pública. “O prefeito poderia ter feito um programa de demissão voluntária ou ter consultado os aposentados. Estamos dentro da lei, somos amparados pela Constituição Federal, que nos garante optar por trabalhar até os 75 anos. Esse valor que recebemos da Prefeitura já faz parte do orçamento, contamos com ele”, disse a aposentada Evanete Negris.

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