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Entre eucalipto e Bolsonaro, quilombolas lutam para produzir alimentos

Em poucas décadas desde a chegada a Aracruz Celulose à região do Sapê do Norte, território quilombola entre São Mateus e Conceição da Barra, apenas 10% das famílias permaneceram nas terras que pertenceram a seus ancestrais. Grilagem, ameaças, expulsão, vendas a preços irrisórios constam como parte da apropriação do território de uso tradicional pelos remanescentes de quilombos, cuja população acabou ficando sem terra ou indo morar nas regiões periféricas das cidades com todas dificuldades e perdas socioculturais que isso implica.

Em tempos mais recentes, foram feitas as chamadas retomas ou retomadas, recuperando territórios dentro da área reivindicada como de ocupação histórica dos quilombolas para dar condições de vida às famílias que querem produzir alimentos de forma natural e tradicional.

No entanto, às vésperas do início do governo Bolsonaro, que se declarou abertamente contra o reconhecimento dos territórios tradicionais, essas áreas estão sendo ameaçadas por ações judiciais da Fibria, ex-Aracruz Celulose, agora fundida com a Suzano, formando um grande conglomerado.

O plano da mega empresa é expulsar as famílias para voltar a plantar eucalipto nessas áreas que vêm sendo recuperadas depois de décadas de monocultivo e seu impacto socioambiental negativo. Agora produzem alimentos para subsistência com excedentes vendidos em feiras e também no projeto da CSA Sapê do Norte, que realiza entregas direto para consumidores em São Mateus e Vitória.

O vídeo Re-tomada quilombola: agroecologia em resistência ao monocultivo empresarial, produzido de forma independente pelo grupo Cinema Autônomo Quilombola, que acaba de ser disponibilizado na internet, traz um retrato desse momento complexo, tenso, mas também de luta e esperança através da narrativa de Antonio Rodrigues, o Caboclo Sapezero. Confira.

 

 

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