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‘Falta de cuidadores é problema de má gestão do Estado’, denuncia professor

Mães e filhos com deficiência completam quatro dias acampadas no Palácio Anchieta por inclusão escolar e saúde

Redes sociais

O quarto dia de acampamento na sede do governo estadual foi completado pelo coletivo Mães Eficientes Somos Nós nesta quinta-feira (17), sem qualquer sinal da data em que o governador Renato Casagrande (PSB) irá receber as mães e seus filhos com deficiência. 

A pauta principal é o retorno às salas de aula. Diante da falta de cuidadores nas escolas, os estudantes especiais estão sendo mandados de volta para casa, ou, quando muito, “ficam jogados” na escola, sem o atendimento pedagógico necessário. O movimento teve início da tarde dessa segunda-feira (15), após a ausência do governador na sede do governo, apesar do pedido de audiência feito na quinta-feira anterior (10).

Chuva, frio, falta de banheiro, ameaça de assalto, falta de limpeza do local pelos funcionários do Palácio…entre muitos desafios, também a solidariedade de outras mulheres e coletivos, militantes e lideranças políticas têm preenchendo os dias e noites de mães e filhos em luta por seus direitos. 

Aos passantes, cartazes afixados no local do acampamento informam o motivo da ocupação. “Estamos reivindicando os direitos das nossas crianças, que está na lei, é fundamental, saúde e educação. Não é esmola, não, a gente só quer o que é direito das crianças. É dever do Estado”, conclama uma mãe em live transmitida no início da tarde nas redes sociais do coletivo.

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“Vamos publicizar todas as opressões. Todas as violências que estamos sofrendo por parte de seguranças do Palácio Anchieta serão denunciadas. Não somos escórias como o governador e os seus acreditam que somos. Somos mulheres de luta forca e coragem. Não vão nos calar. Não é feio para nós o que você está fazendo, fica feio para vocês. Toda a sociedade capixaba está conosco. Quanto mais nos humilha, mais forca teremos para resistir” afirmam.

Em outra transmissão, as mulheres reforçaram que só irão desmobilizar o #AcampaPalacioAnchieta após conversa “olho no olho” com o chefe do governo capixaba. A assessoria de Casagrande, no entanto, disse que, em função de compromissos previamente agendados, ele não irá ao Palácio nesta semana. Nesta quinta-feira, a mudança de agenda do governador se deu em função da tragédia dos alagamentos no município de Alegre, no sul do Estado, tendo sido acionada a vice-governadora, Jaqueline Moraes (PSB), para as atividades anteriormente marcadas.

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 ‘Má gestão do Estado’

Apoiador da luta das MESN, o professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Douglas Ferrari entende que “a falta de cuidadores é problema de má gestão do Estado”. 

Referindo-se ao edital da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) para contração de cuidadores para a rede estadual, publicado cinco dias depois do início do ano letivo, em três de fevereiro, e ainda assim sem o número de vagas que estão abertas, o acadêmico é taxativo: “Não é possível acreditar que só no início das aulas abre-se um edital para os cuidadores. Tem a chamada pública, a chamada C, os meses de dezembro e janeiro para fazer o planejamento”, critica.

“Pessoas com deficiência têm os seus direitos invisibilizados pelo Estado. O cuidador está previsto na lei brasileira de inclusão, mas estar na legislação não garante que o direito aconteça. É preciso a luta de movimentos sociais e as mães têm mostrado como as mulheres são fortes”.

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