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Protesto contra extermínio da juventude negra será realizado no próximo dia 20

Ato será em frente ao Palácio Anchieta, para marcar a marcha anual e as desigualdades da pandemia

Com o tema “Existo corpo, resisto preto: contra o extermínio e encarceramento da juventude negra”, o Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes) realizará, no próximo dia 20, às a 13ª edição da Marcha Contra o Extermínio da Juventude Negra. Entre as questões a serem denunciadas, o fato de que a pandemia do coronavírus escancarou as desigualdades entre brancos e negros, como ressalta o diretor do núcleo de Viana do Fórum, Ramon Matheus.

Ele ressalta que os que mais morreram foram os negros. “Não se difere dos dados que temos na segurança pública, que apontam que os jovens negros são as maiores vítimas de homicídio, são os que estão em maior número entre os encarcerados”, pontua o diretor do Fejunes, que também destaca a situação dos estudantes negros diante da implantação das atividades à distância, o que dificultou ainda mais o acesso e permanência desses alunos em todas os níveis de ensino.

“A juventude negra é a que mais sofre com a falta de equipamento adequado e de internet de qualidade para baixar arquivos. A juventude negra e periférica foi preterida das estratégias do poder público na implementação do ensino à distância”, critica. 

Ramon destaca que grande parte dos estudantes negros que estão no terceiro ano do ensino médio não tem expectativa em relação ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pois não conseguiram ter aulas, sendo prejudicados em termos de conteúdo.

O ato contará com intervenções culturais, como saraus de poesia, feitas principalmente por grupos de jovens, e será realizado com todas as medidas de segurança necessárias, como informa o diretor do Fórum Estadual.

“A marcha é feita pelo Fejunes, mas não pertence mais ao Fejunes”, afirmou, lembrando que, diante da pandemia do coronavírus, o grupo pensou em não realizar a 13ª edição da Marcha Contra o Extermínio da Juventude Negra. Entretanto, várias entidades do Movimento Negro e de Direitos Humanos reiteram que é preciso fazer pelo menos um ato este ano. “Várias entidades reconhecem a importância da marcha para a juventude negra, para a luta pelos direitos humanos, e buscam auxiliar na construção”, reforça Ramon.

A Marcha é realizada sempre no dia 20 de novembro, por ser o Dia da Consciência Negra.

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