A Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras do Espírito Santo (Fetaes) realiza entre os próximos dias 4 e 6 de outubro, na Praça do Papa, em Vitória, a primeira edição da Feira Estadual das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Espírito Santo (Femtru-ES). A novidade, segundo a secretária de Mulheres da Federação, Augusta Buffolo, busca dar visibilidade política, econômica e social para as mulheres do campo, além de contribuir para sua autonomia.
Ela destaca que uma das formas de opressão e invisibilidade vividas pelas agricultoras está no fato de elas trabalharem no cultivo, mas a comercialização dos produtos ser feita pelos homens, que, muitas vezes, gerenciam o dinheiro, deixando as trabalhadoras sem autonomia financeira.
“As mulheres camponesas sentem a necessidade de se organizar e de se unir em associações e cooperativas. Estão buscando vencer o preconceito da sociedade e a discriminação. Muitos produtos feitos ou cultivados por essas associações e cooperativas estarão à venda na feira”, diz Augusta.
A Femtru-ES será realizada em outubro porque no dia 15 é comemorado o Dia Mundial da Mulher Rural. A ideia, destaca Augusta, é que essa iniciativa aconteça anualmente, sempre neste mês, separada da Feira da Agricultura Familiar e Reforma Agrária do Espírito Santo (FEAFES), que está na 14ª edição e este ano será junto com a Femtru-ES.
Feafes
Durante a Feafes e a Femtru-ES haverá estandes com produtos agrícolas, artesanato, pães, doces, geleias, flores, entre outros. Segundo a secretária de mulheres da Fetaes, os eventos contarão com a participação de agricultores e agricultoras de cerca de 40 municípios capixabas, que venderão seus produtos em cerca de 140 estandes. Fazem parte da programação atrações culturais, oficinas, como as de velas artesanais e cartazes; e painéis.
Além da comercialização dos produtos, as feiras têm como objetivo mostrar a importância da agricultura familiar para os moradores da cidade e do campo. “A agricultura familiar gera renda paras as famílias do campo. Queremos mostrar a importância de investir em qualidade de vida na zona rural, não somente pensando nos moradores do campo, mas também nos da cidade, pois é a agricultura familiar que leva comida para as mesas dos brasileiros”, explica Augusta.