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Feu Rosa e Terra Vermelha terão primeiros Centros de Referência das Juventudes

Dois centros serão implantados no segundo semestre e outros 12 até o fim de 2022 em bairros periféricos

Projeto que faz parte do programa Estado Presente, carro-chefe do governador Renato Casagrande (PSB) para as políticas de Segurança Pública, os Centros de Referência das Juventudes (CRJs) deverão ter as primeiras unidades implementadas no início do segundo semestre deste ano, segundo a secretária estadual de Direitos Humanos, Nara Borgo. Os bairros de Feu Rosa, na Serra, e Terra Vermelha, em Vila Velha serão os pioneiros dos espaços para atender as juventudes de territórios com maiores índices de criminalidade no Espírito Santo.

A proposta do governo é implementar 14 CRJs até o fim de 2022. Este ano, após o último período eleitoral, a Secretaria de Estado de Direitos Humanos (Sedh) retomou o contato com as gestões municipais para estabelecer parcerias, já que a proposta é que as prefeituras cedam imóveis nos bairros a serem atendidos para que os centros possam começar a funcionar. Serra, Vila Velha, Vitória e Cariacica teriam duas unidades cada em bairros em diferentes localidades, enquanto os municípios de Cachoeiro de Itapemirim, São Mateus, Colatina, Aracruz, Guarapari e Linhares terão uma unidade cada. Ao todo, a Sedh estima que com todos equipamentos implementados e funcionando, haja potencial para atender cerca de 60 mil jovens no Estado.

“Foram escolhidos os municípios e bairros a partir de estudos com base na segurança pública e nos índices de criminalidade e vulnerabilidade juvenil. O governo fez várias conversas com as comunidades e seus representantes e entidades para construir uma metodologia de trabalho”, explica Nara Borgo. A gestão dos espaços, porém, será feita por organizações da sociedade civil (OSCs) selecionadas pelo governo, junto a um comitê gestor local formado por moradores. Segundo a secretária, os projetos para o funcionamento em Terra Vemelha e Feu Rosa estão em fase final de seleção para definir as entidades gestoras.

Cada espaço contará com equipe reunindo coordenador, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, educadores, articuladores locais, oficineiros e outros profissionais. “Há uma juventude muito rica e potente que desenvolve trabalhos incríveis e os CRJs vão aprimorá-los e conseguir promover o crescimento pessoal e profissional para esses jovens, além de servir como espaço de cultura, lazer e convivência, o que muitas vezes falta nas comunidades”, considera Nara Borgo.

Segundo ela, nem todas atividades precisam ser realizadas nos CRJs, podendo iniciativas dali também acontecerem nas praças, quadras e outros locais dos bairros com intuito de mobilizar e atingir mais pessoas. “É um espaço diferente dos da assistência social, por exemplo. O jovem pode chegar se ter documentos ou estar matriculado na escola. Nos Centros a proposta é trabalhar com todos os jovens, para que dali inclusive sejam encaminhados para retornar à escola, tirar os documentos”.

Os espaços terão computadores com internet, espaço para coworking (trabalho colaborativo), salas de reunião, empréstimo de equipamentos audiovisuais, apoio para Planejamento de Vida, Plano de Possibilidade de Trabalho, além de cursos, oficinas e orientações para os jovens para o mercado de trabalho, empreendedorismo e outros interesses. Os usuários do serviço que necessitarem poderão receber vale transporte para seu deslocamento.

O planejamento da Sedh, em Vila Velha, indica que o outro bairro a receber um CRJ deve ser São Torquato, e na Serra, a região de Carapina. Em Aracruz, o bairro de implementação será Jacupemba, em Cariacica será Nova Rosa da Penha e região de Flexal, e em Vitória, São Pedro e Território do Bem. Nos outros municípios, os bairros ainda serão definidos. 

Os CRJs fazem parte do chamado eixo social do programa Estado Presente em Defesa da Vida, que visa reduzir a violência por meio de atuação específica destinada aos territórios com maior índice de criminalidade no Espírito Santo, embora venha sendo constantemente criticado por movimentos da sociedade civil por ter foco nas atividades policiais e repressivas. 

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