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Fórum de Mulheres discute Feminismo e Religiões

“Abaixo as fogueiras da inquisição!”, exclama o Fórum de Mulheres do Espírito Santo (Fomes), ao convidar homens e mulheres para a Roda de Conversa sobre Feminismo e Religiões, que acontece nesta sexta-feira (31), às 18h, na sede da Associação dos Defensores Públicos do Espírito Santo (Adepes), no Centro de Vitória.

O objetivo é “ouvir as mulheres, desmistificar tabus, elaborar resistências, desconstruir o senso comum”, sublinha a assistente social e militante do Fomes, Emilly Tenorio.

A demanda veio das próprias mulheres, enfatiza Emilly, que, ao construírem o feminismo em suas vidas, acabam lidando “com diversas contradições e resistências na maioria dos espaços religiosos”.

O encontro será enriquecido pela presença, entre outras convidadas, de Valéria Vilhena, autora do livro Uma Igreja sem voz: análise de gênero da violência doméstica entre mulheres evangélicas. O livro é resultado de sua pesquisa de mestrado, onde levantou o dado de que 40% das mulheres entrevistadas, atendidas pela Casa Sofia, no Jardim Dionísio, em São Paulo, são evangélicas.

“Sabemos que a religião que acolhe, que rompe com o patriarcado, pode ser um elemento de apoio, de rede para uma mulher sair de um relacionamento abusivo, conseguir enxergar situações de violência. Porém, a religião também pode ser um espaço que favorece relações hierarquizadas, que incentiva o não rompimento de relações violentas”, afirma Emilly.

O debate sobre feminismo e religiões ganhou destaque nacional no último dia seis de agosto, quando a pastora Lusmarina Campos Garcia, do Instituto de Estudos da Religião, se pronunciou a favor do aborto, com base em escritos da Bíblia, sendo muito perseguida desde então, pelos setores mais conservadores de diversas Igrejas.

Estado laico

A fala da pastora aconteceu durante audiência pública relativa à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, ajuizada pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol) no Supremo Tribunal Federal (STF).

O Psol pede, na ADPF, que a Corte declare a não recepção parcial dos artigos 124 e 126 do Código Penal pela Constituição da República. O partido alega que os dispositivos, que criminalizam o aborto provocado pela gestante ou realizado com sua autorização, nas primeiras 12 semanas de gestação, violam os princípios e direitos fundamentais garantidos na Constituição Federal.

“Em democracias constitucionais laicas, isto é, naquelas em que o ordenamento jurídico neutro garante a liberdade de consciência e crença no marco do pluralismo razoável e nas quais não se professa nenhuma doutrina religiosa como oficial, como é o caso do Brasil, enfrentar a constitucionalidade do aborto significa fazer um questionamento legítimo sobre o justo”, argumenta o Psol.

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