Está marcada para o dia 5 de outubro a próxima plenária do Fórum Igreja e Sociedade em Ação, encontro que definirá as próximas ações do coletivo. Entre as propostas estão priorizar temas como o combate ao extermínio de jovens negros, atenção à população de rua, além de atividades que tenha ligação com as causas ambientais, a luta antimanicomial e contra a violência à mulher.
A plenária, que será realizada a partir das 8h30, no auditório do Colégio Agostiniano, em Vitória, também será momento de discutir a organização interna do Fórum, que tem como objetivo articular as pautas comuns entre a Igreja e a sociedade civil de forma a reafirmar o compromisso com as construções coletivas, a defesa das vidas humana e não humana, da democracia e dos direitos fundamentais à dignidade do ser humano.
As próximas ações do coletivo têm como base as propostas feitas durante o Encontro Igreja e Sociedade em Ação, realizado em julho. Na ocasião, foram elencados os temas a serem trabalhados, que, agora, vão evoluir para ações a serem realizadas com base nessas temáticas prioritárias. “Durante o Encontro Igreja e Sociedade em Ação de julho os participantes apontaram as pautas comuns a serem trabalhadas junto com a Igreja. Agora é hora de debatermos juntos para criarmos ações com base nessas pautas”, explicou um dos coordenadores do Fórum, Lula Rocha.
Participam do Fórum Igreja e Sociedade em Ação representantes de sindicatos, movimentos sociais, pastorais, coletivos, denominações religiosas e universidades. No dia 27 de julho, cerca de 500 pessoas participaram do Encontro Igreja e Sociedade em Ação. Contando com a presença do arcebispo de Vitória, Dom Dario Campos, o evento foi considerado um divisor de águas para esta relação entre Igreja Católica e movimentos sociais, segundo o Padre Kelder Brandão, do Vicariato para Ação Social, Política e Ecumênica da ArquIdiocese de Vitória.
“Fortaleceu vínculos históricos, que foram construídos a partir da década de 70. Chamou a atenção o espírito de alegria dos participantes, uma vibração muito grande e positiva com essa retomada da proximidade da Igreja com os movimentos. Estamos vivendo um tempo muito duro de descrença e desânimo e com as instituições sem direcionamento. É importante poder se reunir para decidir a melhor forma de se juntar para enfrentar esse momento”, afirmou o padre.
Grito Excluídos
A primeira atividade prática organizada pelo Fórum foi o Grito dos Excluídos, realizado no dia sete de setembro, em Cariacica. Os manifestantes saíram de Porto de Santana rumo a Flexal. Durante o Grito foi distribuída uma cartilha sobre abordagem policial, feita pelo Fórum, para orientar os moradores da região sobre seus direitos em caso de abuso de autoridade por parte da Força Nacional, que está atuando no território.
“Cumprindo sua missão, o Fórum Igreja e Sociedade em Ação acredita que é importante informar os moradores de Cariacica sobre o que pode ou não ser feito durante uma abordagem policial. Esse tipo de informação é necessária por causa da atuação da Força Nacional em 28 bairros. A tropa é composta por cerca de 100 policiais, entre eles atiradores de elite (snipers). Cada um desses policiais estará munido com fuzis e pistolas. Sabemos que a missão da polícia é proteger, zelar pela segurança dos cidadãos. Porém, também estamos cientes de que muitas vezes há abuso de autoridade, principalmente nos bairros de periferia. Portanto, contribuir para que cada cidadão e cidadã conheça seus direitos é fundamental para que eles sejam respeitados”, diz o trecho que apresenta o material, que tem como referência a Cartilha Popular do Morro Santa Marta – RJ e o folder sobre abordagem policial do Complexo da Maré (RJ).