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Gold vai criar Casa de Acolhimento de Pessoas LGBTIQIA+ em Vitória

Com a doação de imóveis para a Casa, Deborah Sabará afirma que é preciso, agora, reformar e comprar mobília

Falta pouco para a Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold) concretizar seu projeto de construir a 1ª Casa de Acolhimento de Pessoas LGBTIA+ em Vulnerabilidade Social do Espírito Santo. A primeira etapa, que por sinal era a mais difícil, foi concretizada com a doação de 13 apartamentos no edifício Murad, no Centro de Vitória. O nome do doador não será revelado pela Gold a pedido do próprio, que comprou um andar inteiro com 10 apartamentos e outros três imóveis no pavimento superior.

A ideia, explica a coordenadora de projetos da Gold, Deborah Sabará, é que o espaço sirva de espaço de acolhimento temporário para pessoas da comunidade LGBTQIA+, portanto, não será um local de moradia. A iniciativa acolherá pessoas expulsas de suas casas pela família e os que estão desempregados, sem condições de pagar aluguel. Essas pessoas encontrarão na Casa um espaço para ficar enquanto não saem da situação de vulnerabilidade. Para isso, contarão com uma equipe composta por profissionais como psicólogos e assistentes sociais.

Deborah salienta que se trata de uma política que deveria ser feita pelas gestões públicas, contudo, essa implementação, acredita, será em muito longo prazo, por isso, “a sociedade civil  tem que tomar iniciativa”. A ativista faz essa afirmação com base nas políticas com foco nas mulheres, que, apesar de mais avançadas do que as voltadas para a comunidade LGBTQIA+, ainda encontram muitas dificuldades. “Olha quanto tempo existe a Lei Maria da Penha, as Delegacias da Mulher? Imagina como seria muito demorada uma política de acolhimento voltada para a comunidade LGBTQIA+?”, questiona.
A ideia, explica Deborah, não é que cada apartamento sirva de moradia. Os 10 situados no mesmo andar serão divididos em espaço de moradia, refeitório, lavanderia e espaço de convivência. Os outros três, no pavimento superior, servirão de salas de atendimento para os profissionais. Apesar de não se tratar de uma política de Estado, Deborah afirma que a Casa de Acolhida pode e deve contar com a participação dos órgãos públicos. “No caso do adolescente da comunidade LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social, a Casa de Acolhida é um espaço para ele? É, mas precisaremos acionar o Conselho Tutelar”, explica.
A previsão é que a Casa tenha capacidade para acolher cerca de 20 pessoas. As próximas etapas são a reforma dos imóveis, a compra das mobílias e a inauguração. Em junho deste ano, a Gold deu início a uma campanha de arrecadação para a compra do espaço. Como foi feita a doação dos apartamentos, o dinheiro arrecadado será utilizado nas etapas posteriores. Deborah afirma que outras formas de ajuda podem ser feitas. “Se alguém quiser doar mobiliário, pode, se quiser fazer uma festa de casamento e pedir como presente uma doação, pode. Se alguém quiser sugestões de como auxiliar, a gente encontra uma com todo prazer”, convida. 

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