Neste sétimo dia, também, mais três pessoas aderiram à greve de fome, que reúne, desde a última terça-feira (5), em Brasília, militantes ligados ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Movimentos dos Trabalhadores e Trabalhadores por Direitos (MTD), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Levante da Juventude.
A suspensão do protesto só acontecerá, garantem as lideranças, quando a Reforma for retirada da pauta de votação da Câmara dos Deputados. O projeto, que tem como relator o deputado Arthur Maia (PPS-BA), pode ser votado a qualquer momento, por isso, é preciso intensificar a mobilização.
E os próximos três dias, destaca Sergio Conti, da coordenação capixaba do MPA, são decisivos, pois a definição sobre o que será votado pelos parlamentares ainda este ano deve acontecer até esta quinta-feira (14). “Por enquanto não vimos nenhum apontamento de decisão por parte dos deputados”, diz o líder camponês.
Os três primeiros manifestantes – Josi, Leila e Frei Sérgio, do MPA – iniciaram a greve de fome na última terça-feira (5), quando vários trancamentos de rodovias também foram realizados. Em seguida, aderiu Fabio Tinga, do MTD, e hoje, Simoneide, Rosangela e Rosa, do MMC, totalizando sete pessoas de vários estados do Brasil.
Pensado inicialmente como um Jejum Público, em que os manifestantes têm data para começar e encerrar, o protesto transformou-se em greve após a descoberta de várias mentiras disseminadas pelos deputados federais, entre elas, a de que os trabalhadores rurais não estariam incluídos nesta Reforma.
“No texto original não, mas estamos dentro de uma emenda aglutinadora”, informa Sergio. “Já tínhamos uma decisão de classe, de nos solidarizar com os trabalhadores urbanos, através do Jejum. Mas depois tivemos que endurecer e fazer a greve”, explica.
“Convocamos todas as organizações do campo e da cidade para resistirem à Reforma, também para somarem forças nas ações em todos os estados, para que possamos barrar o projeto. É hora de tomarmos medidas de sacrifício, mas que serão necessárias para garantir os nossos direitos e em especial para nossas gerações futuras”, afirma Maria Kazé, da coordenação nacional do MPA.