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Grito dos Excluídos prepara retorno às ruas de Vitória em setembro

Concentração será no Centro de Vitória, de onde os manifestantes seguirão para a Câmara de Vereadores

A 27ª edição do Grito dos Excluídos, em sete de setembro, será marcada pelo retorno dos manifestantes às ruas de Vitória. A concentração será na Praça Getúlio Vargas, no Centro de Vitória, às 8h30, de onde os participantes seguirão rumo à Câmara de Vitória. Devido à pandemia da Covid-19, a edição de 2020 foi virtual, com transmissão de uma celebração inter-religiosa no Convento da Penha, em Vila Velha, pelas redes sociais. “Estamos entrando no processo de ir para as ruas, botar a cara nas ruas, fazer o nosso grito ecoar, pois online ele não ecoa”, ressalta o coordenador do Grito dos Excluídos e integrante do Fórum Igrejas e Sociedade em Ação, Giovanni Lívio. 

Ao chegar na Casa de Leis, os participantes irão se manifestar contra as ofensas proferidas pelo vereador Gilvan da Federal (Patri) contra a memória do ativista Lula Rocha na sessão de 19 de junho, na qual foi debatida e rejeitada a Comenda Lula Rocha, proposta pela vereadora Camila Valadão (Psol). Segundo Giovanni Lívio, a manifestação também será contra a omissão da Câmara diante do ocorrido. Ele recorda que Lula Rocha foi coordenador do Grito dos Excluídos. 

Giovanni informa que o lema do Grito deste ano é “Vida em Primeiro Lugar”, e o lema, “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!”. A manifestação será estruturada em sete eixos: terra, território e trabalho: a esperança está na organização popular; juventude: protagonismo juvenil e participação popular; vacina já, para todos e todas; soberania e princípio democrático; militarização: racismo e preconceito; e esperançar: nós podemos reinventar o mundo.
O coordenador do Grito dos Excluídos acredita que o lema e o tema deste ano dialogam com a realidade do Espírito Santo, marcada pela crise de moradia, aumento da população de rua, extermínio da juventude negra, desemprego e outras mazelas. Ele salienta também o aumento da fome entre os capixabas. “A gente vê a fome todo dia na porta dos supermercados e padarias”, denuncia, referindo-se ao aumento de pedintes em frente a esse tipo de estabelecimento.
Giovanni acredita que faltam políticas públicas para sanar esses problemas. Para ele, a famosa frase de Dom João Batista da Motta e Albuquerque, “só o povo salva o povo”, proferida diante das ações solidárias da sociedade civil em auxílio às vítimas das enchentes de 1979, no norte do Espírito Santo, continua muito atual. Ele cita como exemplo a campanha Paz e Pão, realizada pela Arquidiocese de Vitória, de doação de alimentos e dinheiro para compra de cestas básicas para famílias em vulnerabilidade social.
Ele relata que é perceptível que, nas paróquias localizadas em comunidades populares, o fluxo de doações é mais contínuo. “A solidariedade cotidiana é a do pobre, é pobre ajudando pobre. Quem vive a fome se dispõe mais a ajudar do que quem imagina como ela possa ser”, diz.

Outro aspecto da realidade capixaba e que dialoga com o lema do Grito dos Excluídos 2021 é a precarização da saúde. “Há fila de espera para cirurgias eletivas e dificuldade de agendamento de consultas com determinadas especialidades médicas”, alerta.

Nesse último caso, um dos exemplos é sobre os pacientes com HIV, que têm encontrado mais dificuldade para agendar consulta com infectologista. Giovanni diz que relatos de pessoas próximas e de agentes da Pastoral da Aids da Arquidiocese de Vitória mostram que há casos em que o paciente, ao tentar agendar consulta, conseguiu data somente para nove meses depois.
Os debates sobre a organização do Grito dos Excluídos prosseguem. No próximo dia sete de agosto, será realizada a segunda plenária, às 14h, na quadra do Colégio Agostiniano, no Parque Moscoso, em Vitória. O local, como aponta Giovanni, possibilita espaçamento entre as pessoas, além da prática de outras regras sanitárias, cuja execução são essenciais em meio à pandemia da Covid-19. “Convocamos todos movimentos para participar. Não podemos nos calar, temos que ir para a rua denunciar o governo Bolsonaro e sua política de morte”, convoca.

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