É com muita música, arte e alegria que será lançado o Instituto Ilma Viana, neste sábado (10), com a Noite Palmarina. O evento também visa arrecadar recursos para as lutas do movimento negro capixaba, que passará a contar com o suporte jurídico do Instituto Ilma Viana.
Especificamente três ações serão beneficiadas com a venda de ingressos da Note Palmarina: a participação capixaba no Encontro Nacional de Mulheres Negras, em Goiana-GO; a XI Marcha Estadual Contra o Extermínio da Juventude Negra; e o carnaval 2019 do Bloco Afro Kizomba.
O Instituto Ilma Viana dará suporte jurídico ao Círculo Palmarino/ES, movimento social que há doze anos trabalha no combate ao racismo e todas as suas manifestações concretas. Sua atuação estará norteada por três eixos temáticos: Educação, Direitos Humanos e Cultura.
Em Educação, a ênfase será no apoio à AfirmAção Rede de Cursinhos Populares, que prepara jovens, trabalhadoras e trabalhadoras de comunidades para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e nas ações de formação política nas periferias.
Em Direitos Humanos, o objetivo é fortalecer as ações de enfrentamento ao genocídio do povo negro e acompanhar casos de racismo e violência. E na temática cultural, a missão é prestar suporte à realização do Sarau Palmarino todo primeiro sábado do mês no Bar da Zilda, Centro de Vitória, além de fomentar e realizar ações culturais nas periferias.
Quem foi Ilma Viana
O nome do Instituto homenageia uma das fundadoras do Círculo Palmarino e uma das mais atuantes militantes dos movimentos sociais capixabas, especialmente os movimentos negros. Ilma Viana nasceu em Domingos Martins em 1968 e passou a infância e adolescência em Castelo, também na região serrana. Faleceu em 2017, aos 49 anos, depois de resistir a dois infartos.
O viúvo de Ilma, Luiz Henrique Rodrigues lembra que a jovem militante chegou em Vitória aos 19 anos, para trabalhar como empregada doméstica. Única dos sete irmãos a alcançar o ensino superior, graduou-se em Pedagogia. Na capital, participou de vários movimentos organizados e instituições em defesa do povo negro, entre eles o movimento de mulheres Dandara, Instituto Elimu Professor Cleber Maciel e Circulo Palmarino, do qual foi coordenadora estadual.
Participou da primeira Marcha Mundial das Mulheres em 2000 e também da primeira Marcha das Mulheres Negras em 2015. Esteve presente no Congresso de Mulheres Afro-Latinas-Americanas e Afro-Caribenhas em 1992, no qual foi instituído o dia 25 de julho como o Dia Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. Atualmente estava no segundo mandato do Conselho Gestor do Museu Capixaba do Negro (Mucane), representado o Elimu.
Serviço
A Noite Palmarina acontece neste sábado (10), a partir das 18h, na quadra da Escola de Samba Novo Império. As atrações são: Unidos da Piedade, Novo Império, Bloco Afro Kizomba, Banda de Congo Vira Mundo, Baile Black. A venda antecipada de ingressos está sendo feita com integrantes do Círculo Palmarino.