O Instituto Ilma Viana será lançado na próxima sexta-feira (14), em uma Noite Palmarina na quadra da Escola de Samba Unidos da Piedade (a Mais Querida), a partir das 19h. A primeira data, 10 de novembro, teve que ser adiada em função das chuvas na época.
A entrada é gratuita e haverá venda de alimentos, bebidas e camisetas do Instituto, como forma de arrecadação de recursos para a luta pelos direitos da população negra.
As atrações da noite serão a Unidos da Piedade – Bateria Ritmo Forte e segmentos, o Bloco Afro Kizomba, a Banda de Congo Vira Mundo e o DJAY-P – Baile Black.
“Será nossa atividade de encerramento da Semana de Direitos Humanos e de encerramento do ano, nos energizando para 2019, que mostra ser de muitos desafios”, comenta Lula Viana, militante do Círculo Palmarino.
O Instituto Ilma Viana dará suporte jurídico ao Círculo Palmarino/ES, movimento social que há doze anos trabalha no combate ao racismo e todas as suas manifestações concretas. Sua atuação estará norteada por três eixos temáticos: Educação, Direitos Humanos e Cultura.
Em Educação, a ênfase será no apoio à AfirmAção Rede de Cursinhos Populares, que prepara jovens e trabalhadores de comunidades para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e nas ações de formação política nas periferias.
Em Direitos Humanos, o objetivo é fortalecer as ações de enfrentamento ao genocídio do povo negro e acompanhar casos de racismo e violência. E na temática cultural, a missão é prestar suporte à realização do Sarau Palmarino todo primeiro sábado do mês no Bar da Zilda, Centro de Vitória, além de fomentar e realizar ações culturais nas periferias.
Quem foi Ilma Viana
O nome do Instituto homenageia uma das fundadoras do Círculo Palmarino e uma das mais atuantes militantes dos movimentos sociais capixabas, especialmente os movimentos negros. Ilma Viana nasceu em Domingos Martins em 1968 e passou a infância e adolescência em Castelo, também na região serrana. Faleceu em 2017, aos 49 anos, depois de resistir a dois infartos.
O viúvo de Ilma, Luiz Henrique Rodrigues lembra que a jovem militante chegou em Vitória aos 19 anos, para trabalhar como empregada doméstica. Única dos sete irmãos a alcançar o ensino superior, graduou-se em Pedagogia. Na capital, participou de vários movimentos organizados e instituições em defesa do povo negro, entre eles o movimento de mulheres Dandara, Instituto Elimu Professor Cleber Maciel e Circulo Palmarino, do qual foi coordenadora estadual.
Participou ainda da primeira Marcha Mundial das Mulheres em 2000 e também da primeira Marcha das Mulheres Negras em 2015. Esteve presente no Congresso de Mulheres Afro-Latinas-Americanas e Afro-Caribenhas em 1992, no qual foi instituído o dia 25 de julho como o Dia Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. Atualmente estava no segundo mandato do Conselho Gestor do Museu Capixaba do Negro (Mucane), representado o Elimu.