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Ato contra intolerância religiosa será realizado no próximo sábado em Jacaraípe

Protesto será resposta à depredação ao Monumento a Iemanjá, na praça Encontro das Águas

Casas de Umbanda e terreiros de Candomblé realizarão uma manifestação contra a intolerância religiosa no próximo sábado (25) na Praça Encontro das Águas, em Jacaraípe, na Serra. O protesto, que começará às 16h, foi motivado pela depredação ao Monumento a Iemanjá, local onde os manifestantes se concentrarão. O monumento, uma casa que em seu interior tem a imagem de Iemanjá, foi arrombado na semana passada, além de terem tirado a cabeça da imagem da orixá e urinado na área.

Foto: Divulgação

A secretária da União Espírita Capixaba (Unescape), Saionara Paixão, informa que a programação contará com defumação do ambiente, canto aos orixás, rodas de capoeira, samba de roda e entrega do balaio a Iemanjá, nos qual as pessoas poderão colocar suas oferendas. Estão confirmadas as presenças de lideranças religiosas do Candomblé e da Umbanda da Serra, além de representantes do Movimento de Juventude de Terreiro (MJT) e do Conselho Estadual do Negro (Conegro).

“Será um ato aberto a quem quiser participar. Não é só do Candomblé ou da Umbanda, a intolerância religiosa pode acontecer com o budista, com o católico, dentro de uma igreja, por exemplo. Nosso ato é contra qualquer tipo de intolerância”, diz.

De acordo com Saionara, a gestão do prefeito Sérgio Vidigal (PDT) será convidada nesta terça-feira (21). Ela informa que, diante da depredação, já foi feito Boletim de Ocorrência (BO), mas também será formalizada denúncia no Ministério Público do Espírito Santo (MPES).

Segundo Saionara, há relatos de pessoas que afirmaram ter visto quem causou o vandalismo, identificando-o como um homem bem vestido, o que, acredita, reforça a desconfiança de que o ocorrido foi algo proposital, e não causado por alguém com as faculdades mentais comprometidas.
A coordenadora geral do Movimento de Juventude de Terreiro, Ana Karolina, aponta que os povos de matriz africana “ficaram em choque” com o vandalismo. “Ninguém esperava. Foi uma violência que pode ir além da depredação, que pode vir a ser física, agredindo a gente, entrando nos terreiros para nos perseguir”, diz.
O pai de santo Jerdam de Matamba, do terreiro Inzo Muki Ria Matamba, no bairro Barcelona, ressalta que a manifestação do próximo sábado pretende ser um marco na valorização do monumento, que existe há 36 anos.

“Estaremos lá para deixar claro que o que aconteceu deve nos encorajar a perceber que o monumento precisa de mais atenção e que ele pode atrair turistas. Nosso desejo enquanto candomblecistas, umbandistas e simpatizantes, é que seja reconhecido como monumento cultural, como cartão postal”, defende.

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