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Militantes debatem extermínio de jovens em audiência pública na Assembleia

A Assembleia Legislativa realizou, nesta quarta-feira (23), uma audiência pública para debater o extermínio de jovens no Estado. A audiência fez parte da programação da IV Semana Estadual de Debate contra o Extermínio de Jovens, promovida pelo Conselho Estadual de Juventude (Cejuve).

Participaram do encontro o sociólogo e professor da Universidade de Vila Velha (UVV), Pablo Ornelas Rosa; a representante do Coletivo Negrada, Arielly Santos; o coordenador do Fórum Estadual de Juventude Negra (Fejunes), Luiz Inácio Silva da Rocha, o Lula; o presidente do Cejuve, Gustavo Badaró, além do vice, João Victor dos Santos.

O sociólogo Pablo Ornelas Rosa ressaltou que a proibição de drogas ilícitas é um dos fatores que contribui para o encarceramento e para o extermínio de jovens no País. Ele defendeu a liberação de todas as drogas, já que é o tráfico que arregimenta milhares de jovens e adolescentes, principalmente negros e de periferia, que são as principais vítimas do extermínio patrocinado pelo Estado.

Ele apontou que em locais em que houve a liberação aconteceu, também, redução de violências e mortes, como no estado do Colorado, nos Estados Unidos, em que o índice de crimes contra a vida caiu em 65% desde a liberação do porte e uso de maconha. O professor ressaltou que a população não é informada desses índices por conta de interesses de setores da sociedade e do próprio Estado que ganham com o fomento da violência ligada ao tráfico de drogas. “Falam muito em drogas, mas não dizem que o açúcar vicia oito vezes mais do que a cocaína; o que é mais droga, a canabis [maconha] ou o pimentão envenenado de agrotóxico? Ou a Coca-Cola?”, questionou ele.

Já Arielly Santos, do Coletivo Negrada questionou se, de fato, existe democracia racial no País. Para exemplificar ela usou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que apontam que a maioria da população do País se declara negra ou parda, mas não se vê essa representatividade nas escolas, universidades e instâncias de poder.

Ela também ressaltou que o Estado ocupa a segunda colocação nacional em mortes de jovens, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e fez uma reflexão sobre quem mata e como esses jovens morrem.

O aparelhamento, seja com recursos humanos ou com aparato técnico, dos equipamentos que promovem o empoderamento da juventude foi abordado pelo coordenador do Fejunes, Lula Rocha. Ele ressaltou que são necessários recursos financeiros para que a Gerência Estadual de Juventude intensifique ações de combate ao extermínio de jovens no Estado.

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