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Monumento a Iemanjá é depredado em praça de Jacaraípe

Monumento foi arrombado, tiraram a cabeça da imagem da orixá e urinaram no local 

O Monumento a Iemanjá, que existe há 36 anos na Praça Encontro das Águas, em Jacaraípe, na Serra, foi depredado nesta semana. O pai de santo Jerdam de Matamba, do terreiro Inzo Muki Ria Matamba, no bairro Barcelona, informa que na manhã dessa quarta-feira (15) foi surpreendido com fotos e vídeos que comprovam a depredação, enviadas por pessoas que passaram em frente ao monumento e o viram arrombado.

Jerdam relata que o monumento é uma casa que em seu interior tem a imagem de Iemanjá. “É um lugar bonito, enfeitado, de acordo com nossa fé, nossa religião. Muita gente vai visitar, inclusive turistas”, diz.

Além de a casa ter sido arrombada, tiraram a cabeça da imagem da orixá, urinaram no local e foram feitos outros estragos, denuncia Jerdam, que afirma ter sido feito Boletim de Ocorrência (BO).

Foto: Divulgação

O ato de vandalismo e intolerância religiosa motivou a organização do Encontro dos Povos de Matriz Africana, como forma de protesto. Ainda não foram definidos a data e o local da manifestação. “Nosso povo vai para a rua, mostrar nossa indignação”, destaca Jerdam. O pai de santo explica que quem cuida do monumento é a mãe Carmita, de um terreiro da Serra, juntamente com a União Espírita Capixaba (Unescape).

“Mas o espaço não é só da Unescape, é de todas as casas de matriz africana da Serra. Que todos que fazem parte dos povos de matriz africana e Umbanda possam ser responsáveis por ele. Esse espaço pode virar ponto turístico, é um local para consagrar nossa religião, um instrumento de empoderamento e de voz”, diz o pai de santo. De acordo com ele, o monumento vinha sendo aberto somente aos finais de semana durante a pandemia, para evitar aglomerações.

Pai de santo Jerdam de Matamba, no monumento, antes da depredação. Foto: Divulgação.

“É um espaço pequeno, é mais para acender vela, rezar, pedir benção. Estamos falando de Iemanjá, a rainha dos oceanos, a mãe das mães. A depredação é uma falta de respeito com nosso povo, foi conosco que mexeram”, enfatiza. O pai de santo recorda que as casas de matriz africana da Serra, inclusive, tiveram participação ativa na preservação do monumento quando a praça foi reformada, em 2015.

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