Reajuste salarial, uniformes e mudanças no auxílio insalubridade estão entre as reivindicações à gestão de André Fagundes
O Sindicato dos Servidores da Saúde do Espírito Santo (Sindisaúde-ES) vai encaminhar um ofício à Prefeitura de Nova Venécia, noroeste do Estado, denunciando a precarização do trabalho de motoristas que oferecem serviços de transporte no município. Os profissionais cobram reajuste nos salários, uniformes adequados e aumento do auxílio insalubridade durante a pandemia do coronavírus.
As reivindicações da categoria foram apresentadas em uma assembleia realizada na última semana com o Sindisaúde-ES. Os servidores recebem um salário de R$ 1.112,00, que, de acordo com eles, não passa por reajuste há oito anos. “Muitos estão fazendo bico pra conseguir complementar a renda”, aponta a presidente do Sindisaúde-ES, Geiza Pinheiro.
Mesmo atuando na linha de frente do combate à pandemia, com atendimentos constantes nas ambulâncias, o auxílio insalubridade dos profissionais do transporte de Saúde no município continua retido em 20%. “Deveria ser 40%, porque os motoristas também ficam expostos com os pacientes”, aponta um servidor que preferiu não se identificar, por receio de represálias.
Os motoristas também cobram novos uniformes, que não são completos. “Ganhamos camisas, mas se eu for ter que pagar pelo uniforme todo, não almoço”, diz.
Para levar pacientes a outros municípios, os motoristas recebem uma diária de R$ 50. O servidor conta, porém, que o valor não se altera quando os destinos são mais longes. “Se você vai pra São Mateus, Vitória ou Cachoeiro de Itapemirim, o valor é o mesmo”, explica.
Segundo ele, as reivindicações são antigas, mas os problemas se intensificaram com a atual gestão, do prefeito André Fagundes (PDT). Entre os motoristas, o medo de retaliação impede que todas as denúncias sejam formalizadas. “Infelizmente, tudo o que a gente fala se vira contra a gente […] Nós não temos voz”, aponta.
Insatisfeitos, os trabalhadores resolveram buscar apoio sindical. “Com o processo iniciado, 100% dos motoristas decidiram que vão se filiar ao Sindsaúde”, informou a entidade nas redes sociais.
Para Geiza, a valorização dos profissionais é fundamental, principalmente no atual contexto. “Em uma pandemia como essa, com certeza o cansaço deles é muito maior. Eles que transportam pacientes com Covid e, muitas vezes, levam até sozinhos. É importante que a administração pública tenha um olhar atento para isso”, cobra.