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​Movimentos de mulheres consideram Casa Rosa um projeto ‘pouco palpável’

Uma das críticas é em relação à carência de profissionais na casa que será inaugurada em Vitória

Em suas redes sociais, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), anunciou para este sábado (16) a inauguração da Casa Rosa, na Ilha de Santa Maria, destacando que será “um equipamento novo, moderno, em que as mulheres vítimas de violência serão atendidas com dignidade, com cidadania, mas não só elas, as famílias, os filhos”. A integrante do Fórum de Mulheres do Espírito Santo (Fomes) e representante suplente da Câmara Municipal no Conselho Municipal da Mulher, Munah Malek, considera, porém, o projeto “pouco palpável”.

No vídeo também aparece a secretária municipal de Saúde, Thais Campolina Cohen Azoury. Ela afirma que o ambiente será “acolhedor”, com equipe formada por médico, enfermeiro, psicólogo e assistente social. Conforme relata Munah, a discussão sobre a criação do equipamento não passou pelo Conselho Municipal da Mulher. “É algo feito sem participação dos movimentos de mulheres, sem transparência nem diálogo, feito a toque de caixa. Faltam avanços na gestão participativa, defendemos que a gestão coloque a sociedade no centro das discussões, e não nas bordas”, diz.

A inauguração do espaço foi tema de uma reunião entre o conselho e a gestão municipal, nessa quinta-feira (15), tendo como representantes da gestão de Lorenzo Pazolini a secretária de Saúde e a vice-prefeita, Capitã Estéfane (Republicanos). Munah relata que foi informado que a Casa Rosa contará com oito profissionais, o que considera insuficiente.
O fato desses trabalhadores terem sido remanejados da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e do Serviço de Atendimento às Pessoas em Situação de Violência (Sasvv) é apontado como outro agravante, pois, conforme afirma, farão falta nesses órgãos. “Também há perdas ao enfraquecer espaços que já existem, que são conhecidos pela população”, acrescenta Munah.
A integrante do Fórum de Mulheres salienta que, durante a reunião, as representantes da prefeitura informaram que a Casa Rosa estará aberta a todas violências, faltando clareza sobre como será a prestação do serviço. O foco será a saúde, atendendo à demanda da mulher, da família e dos filhos, de “todos ciclos de vida e todos os indivíduos independente de raça, cor, gênero e idade”, informa o registro apresentado na relatoria do Conselho Municipal da Mulher.
Munah critica ainda que a iniciativa atenderá às demandas das secretarias. “A Secretaria de Educação pode encaminhar um estudante com dificuldade de aprendizado, mas no equipamento não terá pedagogo”, exemplifica. De acordo com ela, o Conselho Municipal e o Fórum de Mulheres defendem concurso público e investimento em equipamentos que já existem, como o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv).
O Cramsv, criado em 2006, chegou a ter cerca de 17 profissionais, mas hoje conta somente com seis, além de não ter infraestrutura adequada, aponta Munah. Nesta sexta-feira (16), o mandato da vereadora Camila Valadão (Psol) encaminhou uma indicação para a gestão municipal solicitando a ampliação da equipe técnica do Centro de Referência.

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