Atuantes na campanha, há demandas de formação de GT e nomeações de pessoas negras no secretariado, como cobra André Moreira
Com a reeleição de Renato Casagrande (PSB), a expectativa dos movimentos sociais que foram para as ruas defender sua candidatura, é de que os próximos quatro anos sejam de abertura de diálogo com a sociedade civil, conforme compromisso assumido publicamente com diversas entidades durante o segundo turno. Foi com esse objetivo que “os movimentos populares investiram na vitória de Casagrande”, ressalta Giovani Lívio, coordenador do Fórum Igrejas e Sociedade em Ação.
Composto por várias entidades da sociedade civil, o fórum é um dos grupos com os quais o governador assumiu compromisso durante as eleições, assinando um documento denominado Pacto pelo Espírito Santo do Amanhã. Giovani informa que a ideia é esperar o início do próximo mandato para procurar a gestão, com o intuito de discutir a criação de um Grupo de Trabalho (GT) com participação igualitária entre representantes do governo e da sociedade civil, a ser instituído pelo gabinete de Casagrande.
A criação do GT é uma das propostas contidas no documento. A previsão, informa Lívio, é de que o Fórum entre em contato com o governo em fevereiro para tratar do assunto. A ideia é que o GT seja consultivo, com o objetivo de propor ações, acompanhar sua implementação e sua execução. O coordenador do Fórum afirma que não houve diálogo com a sociedade civil nas duas gestões de Casagrande, mas ainda assim, os movimentos apoiaram sua reeleição, por ver nele alguém com essa possibilidade.
“Com Manato [PL] seria impossível, pois não é viável pensar em diálogo de um bolsonarista com os movimentos sociais e os trabalhadores. Com o bolsonarismo não tem diálogo, basta ver como foi o mandato de Bolsonaro à frente da presidência. Ele acabou com os conselhos nacionais, com a participação popular. Vencer Manato é vencer uma política de morte, o atraso”, analisa.
André destaca que, nos dois governos de Casagrande, não houve secretários negros, sendo a maioria dos nomeados homens e brancos. “Não é que não haja negros capazes para ocupar esses cargos, o que tem é branco demais nesses espaços fazendo besteira, e as gestões tolerando isso”, critca André.
Casagrande também assumiu compromisso com as centrais sindicais de dialogar com os trabalhadores. A presidente da Central Única dos Trabalhadores no Espírito Santo (CUT/ES), Clemilde Cortes, afirma que as centrais irão se reunir para ver os encaminhamentos diante da reeleição do governador.