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Movimentos sociais serão resistência pela democracia e tolerância

Representantes de movimentos sociais do Estado estão em alerta com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) como presidente do País. Conhecido pelo seu discurso de ódio contra minorias historicamente discriminadas como negros e homossexuais, o mito, como é chamado por seus eleitores, logo após o resultado das eleições, fez dois discursos contraditórios. O primeiro com tom intimidador contra os movimentos sociais e outro em que promete cumprir a Constituição e respeitar a liberdade. Antes mesmo de saber qual o posicionamento adotado, os militantes já se preparam para a resistência. 

No próximo sábado (3), às 13 horas, no Museu do Negro, o Fórum Estadual de Juventude Negra vai realizar uma reunião em que estratégias de resistências serão debatidas e pensadas.

“Esse novo governo representa um risco real para a democracia e para os que lutam historicamente pela ampliação e consolidação dos direitos em nosso país. Ao afirmar que não aceitará nenhum tipo de ativismo e que perseguirá seus opositores, deixa bem nítido o caráter autoritário que deve permear as ações governamentais. É típico de um fã de torturador e amante da ditadura. Mas nós resistiremos. Não nos resta outra saída. Agora, mais do que nunca, é luta”, disse Lula Rocha, coordenador do Círculo Palmarino, entidade do Movimento Negro capixaba.

Comunidade LGBTI

Outra minoria que já tem sentido na pele o peso da intolerância são os integrantes da comunidade LGBTI, gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis e intergênero. Durante as eleições, por exemplo, foram registrados três mortes de travestis em que os assassinos cometeram os atos de violência aos gritos de “Bolsonaro! Bolsonaro!”. Também foi registrado o assassinato de um mestre de capoeira na Bahia, negro e militante dos movimentos sociais. 

“Nos sentimos tristes com o resultado das eleições para presidente e ainda estamos avaliando as consequências. Mas não nos sentimos tão derrotados porque 47 milhões de brasileiros não concordam com a intolerância. Também vamos aguardar o início do ano para ver o posicionamento do novo presidente. De qualquer forma, no final da campanha, ele disse algo preocupante, que poderia até permitir a atuação dos movimentos sociais, desde que não estivessem encabeçados por pessoas de esquerda”, disse Deborah Sabará, presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos e também diretora-presidente da Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold), entidade que representa a comunidade LGBTI capixaba.

Para elas, os movimentos sociais terão que voltar às suas bases investindo em formação política. Além disso, deve haver muita resistência. “Vamos resistir em defender a democracia, as leis. Também vamos ficar atentos e criar redes de proteção, e numerar a violência contra os travestis e outras minorias para não perder o quantitativo. Esperamos que o novo presidente respeite as pautas dos direitos humanos em favor das garantias de um Brasil para todos, das pessoas carentes, dos negros, dos moradores de rua, dos encarcerados. Que ele retire as falas violentas e respeite a todos os brasileiros, sejam heterossexuais ou não”. 

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