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Mulheres capixabas vão às ruas contra a violência e por direitos

O Dia Internacional da Mulher se aproxima e as capixabas irão às ruas para uma marcha que será realizada na próxima sexta-feira (6) para denunciar o feminicídio, principalmente de mulheres negras. Também denunciarão a violência contra mulheres indígenas, quilombolas, ribeirinhas, transexuais, bissexuais e lésbicas. A concentração será a partir das 15 horas, em frente à Defensoria Pública, na Avenida Jerônimo Monteiro, com caminhada até o Museu do Negro (Mucane), ambos no Centro de Vitória. 

As manifestantes também irão exigir a revogação das reformas Trabalhista e da Previdência, que precarizam ainda mais a vida das mulheres. Será, também, um dia de luta por justiça à Marielle Franco, vereadora carioca assassinada há dois anos. “Precisamos ocupar os espaços públicos para denunciar esse sistema machista, racista e desigual em que vivemos. Vamos às ruas por direitos e para dizer não a essa sociedade que nos mata e violenta todos os dias”, diz a assistente social e integrante da equipe de organização da marcha, Emilly Tenorio.

A também integrante da comissão de organização Lara Gobira salienta que o ato ganha ainda mais importância diante dos duros ataques do governo e de suas ameaças à democracia. Entre esses ataques está a carteira verde e amarela do presidente Jair Bolsonaro, que pode levar as mulheres trabalhadoras a uma condição ainda mais precarizada. “Não daremos trégua ao aprofundamento dos ataques aos direitos trabalhistas e sociais. Se há corte de direitos, sabemos que a população negra e pobre sofre primeiro”, frisa Emilly.

Pelo fim das violências  

O discurso de ódio de Bolsonaro contra as mulheres se concretizou na falta de políticas públicas para enfrentar o aumento da violência. Segundo a organização da marcha, os investimentos na manutenção e ampliação da rede “Casa da mulher brasileira” – Centros Integrados de Atenção às Vítimas de Violência – foram zerados em 2019 e para este ano o orçamento da secretaria da mulher teve sua verba reduzida de R$119 milhões para 5,3 milhões.

 

De acordo com a Comissão Internacional de Direitos Humanos, 13 mulheres são assassinadas por dia no Brasil. Em 2019, 124 pessoas transexuais foram assassinadas no Brasil. O país mantém a liderança mundial com o maior número de assassinato da população LGBT. O Espírito Santo ocupa o quinto lugar no ranking brasileiro de homicídios de mulheres e o primeiro lugar nos homicídios de mulheres negras. Em 2019 foram 89 homicídios dolosos contra mulheres e 33 feminicídios. Total de 122 mulheres assassinadas. Somente este ano, já foram registrados 15 feminicídios no Espírito Santo.

A diretora do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-ES) e uma das organizadores do 8 de março, Priscila Patrício, destaca que o fato de as mulheres serem sempre as mais atingidas pela falta de acesso à renda aumenta os casos de violência. “Se há desemprego, a maior taxa é entre mulheres. Se há trabalhadores na informalidade, a maioria são mulheres. Se há aumento do trabalho precário entre os jovens, a maior parte são mulheres. Mesmo as mulheres sustentando mais de 50% dos lares brasileiros  a equidade de direitos, oportunidades e reconhecimento ainda é uma realidade distante. Precisamos mudar isso. Nós merecemos dignidade”, completou. 

Atividades político-culturais

No domingo (8), as mulheres farão diversas atividades de luta, com apresentações culturais. As atividades se iniciam às 15h no Parque Moscoso, com entrada franca. Dentre as atrações, haverá oficina de contação de histórias, oficina de automaquiagem para LGBT’s, oficina de ervas (sabonetes, incenso, etc.), música  e feira de trabalhos manuais.  

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