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‘Mulheres em situação de pobreza precisam ser vistas pelo governo estadual’

Edna Martins aponta ‘feminilização da pobreza’, uma das denúncias a serem feitas na marcha do 8 de março 

No 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o Fórum de Mulheres do Espírito Santo (Fomes) levará para as ruas uma série de reivindicações, como ações do poder público em prol das mulheres em situação de pobreza. A integrante do Fomes, Edna Martins, destaca que dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontam que existem no Estado 499 mil crianças e adolescentes em situação de pobreza. “Quando a gente fala da família delas, geralmente é comandada por uma mulher abandonada pelos pais de seus filhos e pelo poder público”, ressalta.

A Marcha do Dia Internacional da Mulher é organizada por mais de 40 entidades, entre elas, movimentos feminista e de mulheres, do campo e da cidade, sindicatos e partidos políticos de esquerda. A concentração será às 14h, na Praça Getúlio Vargas, no Centro de Vitória, com atividades culturais. A partir das 15h30, as mulheres marcharão pela avenida Princesa Isabel, seguindo rumo à Avenida Jerônimo Monteiro, e finalizam o ato na Praça João Clímaco, ao lado do Palácio Anchieta. Também haverá atos no interior, como nas cidades de São Mateus e Colatina, no norte, e Cachoeiro de Itapemirim, no sul.

Edna destaca que há uma “feminilização da pobreza” e que as mulheres “sofrem mais com um capitalismo superexplorador”. Por meio da Marcha, irão reivindicar combate à fome, à carestia, e garantia de educação, saúde pública, além do respeito aos direitos reprodutivos.

A integrante do Fomes aponta ainda que as mulheres são a maioria entre os desempregados, mas as políticas de combate ao desemprego têm foco principalmente no público masculino, enquanto que para o feminino são destinadas ações de empreendedorismo, mas sem políticas eficazes. “Tanto é que o Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas] afirma que as mulheres são as que mais abrem empresas, mas também as que mais fecham”, diz. 

Ela também salienta que, embora o Governo Bolsonaro (PL) tenha chegado ao fim, é preciso “derrotar os fascistas”, que ainda atuam, e “com ação violenta contra nossas vidas, nossos corpos, e os governos acabam contribuindo para isso”.

Um exemplo citado é o atentado cometido por um adolescente de 16 anos em Aracruz, norte do Estado, em novembro passado. Edna recorda que as vítimas fatais foram mulheres e que outras ficaram com sequelas, “mas concretamente, o governo Casagrande tenta invisibilizar o ocorrido”, sendo essa mais uma das denúncias do dia 8 de março.

Quanto ao Governo Lula (PT), Edna acredita que as perspectivas são de avanço nas políticas para as mulheres. Um deles, afirma, é a retomada do Ministério das Mulheres, pasta comandada por Cida Gonçalves. A integrante do Fomes também menciona o Ministério da Igualdade Racial, com Anielle Franco, e o Ministério dos Povos Originários, comandado por Sônia Guajajara. Para ela, essas iniciativas mostram “perspectiva de tratar sobre a vida das mulheres a partir da discussão do Estado Brasileiro”.
A integrante do Fomes afirma que a ministra tem buscado dialogar com mulheres de vários estados e tem retomado ações como o reconhecimento das mulheres do campo como produtoras, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), propondo iniciativas transversais.

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