A Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb) anunciou aumento de 7,14% na tarifa do Sistema Transcol a partir deste domingo (8). A iniciativa, porém, foi tomada sem diálogo com o Conselho Gestor dos Sistemas de Transportes Públicos de Passageiros da Região Metropolitana da Grande Vitória(CGTRAN-GV), conforme afirma o representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Colegiado, Weslei Celante Eloi, o Scooby.
As tarifas do Transcol passarão de R$ 4,20 para R$ 4,50 nos dias de semana e de R$ 3,65 para R$ 3,90 aos domingos. O Bike GV sai de R$ 2,10 para R$ 2,25. O argumento da Ceturb para o aumento foi a necessidade de cumprir o contrato de concessão do sistema, assinado em 2014, que prevê reajustes anuais no mês de janeiro.
A Ceturb afirma que o novo índice foi apresentado na reunião do CGTRAN, colegiado que delibera sobre tarifa, na manhã desta sexta-feira (06). Entretanto, Scooby critica o fato de que a apresentação foi feita sem debate prévio com os integrantes e que a reunião não foi amplamente divulgada, impossibilitando a participação de todos conselheiros.
O conselheiro relata que nem ao menos tem acontecido reuniões do CGTran. Em 2022 foram somente duas e em 2021, três. Ele afirma que vários ofícios foram encaminhados para o presidente do Conselho e secretário de Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno, reivindicando a realização das reuniões, mas nenhum deles foi respondido. Para o representante da CUT no CGTran, o governo Casagrande (PSB) “não conhece a linguagem do diálogo e da diplomacia”.
“Querem empurrar as coisas goela abaixo, não querem ser questionados, não querem dar satisfação para a população. É complicado aumentar passagem sem levar em consideração a realidade da população. Em alguns casos os trabalhadores até tem reposição da inflação, mas não tem ganho real. O aumento da passagem reduz ainda mais o poder de compra. A gente quer as reuniões para discutir se de fato é necessário o aumento ou se é só para encher bolso de empresário”, diz.
A presidente da CUT/ES, Clemilde Cortes, recorda que, no segundo turno das eleições 2022, Casagrande se comprometeu, em plenária com o movimento sindical e os movimentos sociais, a criar uma mesa para dialogar sobre os assuntos de interesse da sociedade, entre eles, os relacionados ao Sistema Transcol. “A gente acredita e espera que o governo cumpra o compromisso assumido com os movimentos”, diz.