As manifestações alusivas ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher, terão atividades em Vitória, capitaneadas pelo Fórum de Mulheres do Espírito Santo (Fomes), e também no interior. As ações abarcam formações, roda de conversa, vigílias e panfletagens, reunindo mais de 50 organizações que contemplam mulheres periféricas e com deficiência, do campo, indígenas, quilombolas, negras, de movimentos comunitários, mães de filhos com deficiência, parlamentares, e do movimento sindical urbano e do campo.
O tema deste ano é “Pela vida das mulheres do campo, das águas, das florestas e das cidades: pelo direito de existir e decidir com dignidade e sem violências”. Antes da tradicional Marcha no Centro de Vitória, haverá uma formação política online nesta quinta-feira (29), às 19h, sobre a “verdadeira história da origem do 8 de março”, realizada pelo Coletivo de Mulheres Olga Benário. O link para participação ficará disponível nas redes sociais do 8 de Março Espírito Santo.
A integrante do Fomes, Edna Martins, explica que, ao contrário do que é propagado, a origem do 8 de março não remete a um incêndio criminoso em uma fábrica têxtil nos Estados Unidos, provocado pelo dono da empresa e que deixou vitimou fatalmente várias mulheres que haviam deflagrado um movimento grevista. De acordo com ela, o incêndio criminoso de fato aconteceu, mas a criação do Dia Internacional da Mulher, na verdade, ocorreu no Encontro de Mulheres Socialistas, em 1910, tendo como motivação o conjunto das lutas das mulheres naquele contexto.
Também antecedendo a marcha, na quinta-feira (7) acontecerá uma vigília, a partir das 16h30, na Praça Oito, Centro de Vitória, que será marcada por apresentações culturais que tratarão da realidade da mulher no Espírito Santo, como no que tange aos altos índices de feminicídio e homicídio, e violência sexual e obstétrica. Saindo da Praça Oito, as mulheres farão um cortejo pelas ruas do Centro, que, no dia seguinte, será palco da Marcha do Dia Internacional da Mulher.
Ao contrário dos anos anteriores, a tradicional marcha será pela manhã, com concentração às 8h30, na Casa Porto das Artes Plásticas, ao lado da Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES), no Centro de Vitória, tendo como ponto de chegada o Palácio Anchieta. No dia, o Fomes irá divulgar uma carta pública à sociedade capixaba com uma análise sobre a realidade das mulheres e os obstáculos enfrentados para dar fim às opressões vividas “pelas mais diversas mulheres que somos, pois somos plurais”, como afirma Edna.
Também na Grande Vitória, no sábado (9), às 16h, em Guarapari, as mulheres organizarão uma marcha a partir das 16h. A concentração será na Praça Trajano Lino Gonçalves, a Praça da Bússola, no Centro da cidade
Interior
Fora da Grande Vitória, as mulheres também se mobilizam em diversas ações, por meio de entidades ligadas ao Fórum. Em Anchieta, no sul, haverá, na quarta-feira (6), a Marcha das Margaridas, às 7h, na Praça das Garças, no Centro. No norte, as manifestações acontecerão nas cidades de São Mateus, Aracruz e Colatina. Em São Mateus haverá uma marcha no sábado (9), com concentração às 7h30, na Igreja Velha, no Centro.
A programação no município de Aracruz será nos dias 11 e 16 de março. No primeiro dia, acontecerá uma vigília em frente à Câmara Municipal, às 17h. No segundo, roda de conversa sobre os Benefícios Previdenciários para mulheres e pensão para dependentes de vítimas de feminicídios, às 15h, na Praça da Amizade, em Coqueiral de Aracruz.
As atividades do Dia Internacional da Mulher em Colatina começam antes do dia 8 de março. Na próxima segunda-feira (4), o movimento de mulheres irá fazer uma fala na Tribuna Popular da Câmara Municipal. Na quarta-feira (6), haverá roda de conversa com as mulheres da Igreja Luterana. No sábado (9), às 8h, caminhada pela Avenida Getúlio Vargas, no Centro de Vitória. Das 10h às 11h, diálogos com as mulheres no Calçadão Geraldo Pereira, também no Centro.