A Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de Vitória afirma que irá acompanhar as ações a serem implementadas em Cariacica e Vila Velha, diante do anúncio feito nesta terça-feira (7) pelo governo do Estado do repasse de R$ 983,87 mil para os dois municípios. Para a Pastoral, é preciso garantir que de fato seja feito investimento em atividades que tenham como foco o combate e a prevenção à Covid-19 em meio à população de rua.
O repasse também contemplará o município de Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado, que não pertence à Arquidiocese de Vitória, portanto, não está na área de atuação da Pastoral. O coordenador da Pastoral do Povo de Rua, Júlio César Pagotto, reconhece que é importante o repasse, mas lamenta a demora. “Esse repasse já estava aprovado desde abril. De lá pra cá, muita gente foi contaminada, muita morte poderia ter sido evitada. A Pastoral vai acompanhar as ações e o Governo do Estado deve fazer o mesmo”, ressalta.
Júlio destaca que é preciso que o Governo do Estado também auxilie outros municípios que fazem parte da área de atuação da Pastoral, como Guarapari, que segundo ele é grande, tem muitas pessoas em situação de rua, mas até o momento não há nenhuma ação do poder público estadual com foco nesse segmento. Júlio acredita que a saída da Pastoral do Povo de Rua do Grupo de Trabalho (GT) Intersetorial do Governo Estadual, no dia 1º de julho, apontando descaso e falta de ações, ajudou a acelerar a liberação do repasse.
O GT conta com representantes do poder público e da sociedade civil. O motivo da saída foi o fato de que as ações do GT não reverteram em praticamente nada a situação de vulnerabilidade das pessoas em situação de rua durante a pandemia da Covid-19. Com a saída da Pastoral, o Círculo Palmarino, o Fórum Capixaba de Lutas Sociais e o Fórum de Educação de Jovens e Adultos também se retiraram, já que atuavam em conjunto com a Pastoral.
Na ocasião da saída Júlio relatou que, desde abril, quando a Pastoral ingressou no GT, o governo Renato Casagrande afirmou que iria repassar verba para as prefeituras com foco específico na população de rua, o que não havia acontecido até então. Ele explicou que o poder público estadual estabeleceu metas para os municípios, levando em consideração questões como alimentação, higiene e abrigamento. Caso os municípios atingissem a meta, deveriam elaborar um plano de trabalho, sendo beneficiados com verba estadual para sua execução.
O Governo encaminhou a proposta para os municípios de Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, Cachoeiro de Itapemirim e São Mateus, porém, somente Vila Velha, Cariacica e Cachoeiro aceitaram. Entretanto, o dinheiro ainda não havia sido liberado. Diante disso, a Pastoral afirmou não ser possível prosseguir no GT, já que as políticas não chegam ao seu público alvo.