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Portuários paralisam atividades e prometem mais atos contra venda da Codesa

Trabalhadores atearam fogo em pneus para impedir o acesso ao porto de Capuaba, em Vila Velha

Divulgação

Todas as atividades portuárias no Espírito Santo foram paralisadas nesta segunda-feira (20), entre as 7 e 13 horas, em protesto dos trabalhadores de diversas categorias contra o processo de privatização dos portos, em andamento pelo governo federal. O ato é o primeiro, em nível nacional, depois da decisão da plenária dos sindicatos do setor, realizada este mês em Brasília, puxada pela venda da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), a primeira a ser privatizada.

O movimento é encabeçado pelo Sindicato Unificado da Orla Portuária do Espírito Santo (Suport-ES) e demais entidades que compõem a Intersindical Portuária. Os trabalhadores portavam faixas de protesto em defesa dos empregos, do mercado de trabalho e da manutenção do porto público.

Nesta segunda-feira, a entrada do porto de Capuaba, em Vila Velha, foi fechada, impedindo a movimentação de caminhões e carretas. Os trabalhadores colocaram fogo em pneus para dificultar o trânsito e, ao mesmo tempo, fizeram pronunciamento denunciando “a covardia” do governo e os prejuízos à economia do Estado que será consolidados com a privatização da Codesa. O protesto, além de Capuaba, atingiu os portos de Vitória e Barra do Riacho, em Aracruz, norte do Estado.

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“Está tudo parado, desde a guarda, o Ogmo [Órgão Gestor de Mão de Obra], o setor administrativo, e vamos manter o movimento para chamar a atenção do governo para essa covardia que é a entrega dos portos para o privado”, diz Antônio Cândido, presidente do Sindicato da Guarda Portuária do Espírito Santo (Sindguapor-ES), ao anunciar outras paralisações.

A próxima será no dia 28 de janeiro, com duração de 12 horas; em fevereiro de 18 horas; e assim por diante, acrescenta o dirigente sindical. Para ele, o “governo do Estado não tem mostrado esforços contra a privatização”, cujo modelo será testado no Espírito Santo e depois aplicado em outros portos, a começar pelo de São Paulo. Antônio Cândido comentou ainda que, da bancada federal, somente o deputado Helder Salomão (PT) participava do ato, prometendo fazer pressões em Brasília a fim de mudar o quadro.

“O porto tem lucro e emprega centenas de trabalhadores que serão demitidos com a privatização”, comenta Antônio Cândico, e destaca: “A Portaria 84/2021 exclui a guarda portuária, que será substituída por vigilantes da iniciativa privada, que ocuparão seus postos. Isso inclui áreas de fronteira, que serão entregues na mão de quem eles quiserem”.

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A privatização dos portos, a ser iniciada com a venda da Codesa, irá gerar desemprego, fuga de cargas para outros estados, aumento de tarifas, perda de arrecadação municipal e estadual, entre outros impactos, no entendimento de Antônio Cândido, idêntico a de especialistas, que já se manifestaram contra o modelo de privatização adotado pelo governo Bolsonaro.

O calendário de luta foi aprovado na Plenária Nacional das Três Federações — Federação Nacional dos Portuários (FNP), Federação Nacional dos Estivadores (FNE) e Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios, nas Atividades Portuárias (Fenccovib) -, realizada em Brasília nos últimos dias 7 e 8 de dezembro.  

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