Renata Setúbal aponta que criação do GAL é uma forma de defender o serviço público
Com a retomada das sessões legislativas na tarde desta segunda-feira (3), o Sindicato dos Servidores Públicos do Espírito Santo (Sindipúblicos) aprovou a criação de um Grupo de Acompanhamento do Legislativo (GAL) para monitorar a tramitação e discussão de projetos na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). O objetivo é garantir a defesa do serviço público de qualidade e a valorização dos servidores estaduais.
Aberto aos servidores e trabalhadores vinculados ao Executivo estadual, o grupo permitirá a participação daqueles que manifestarem interesse, filiados ou não filiados ao sindicato, desde que pertençam a uma das categorias representadas pela entidade. Para isso, os interessados devem enviar um e-mail para a Secretaria do Sindicato: [email protected].
Aberto aos servidores e trabalhadores da base do Sindipúblicos, ou seja, do Executivo estadual, o grupo permitirá a participação daqueles que manifestarem interesse. Para isso, os interessados devem enviar um e-mail para a Secretaria do Sindicato ([email protected]).
Segundo a presidente do Sindipúblicos, Renata Setúbal, após a definição dos membros do grupo o sindicato realizará uma formação específica para qualificar o acompanhamento legislativo. “Precisamos de um acompanhamento efetivo das matérias discutidas na Assembleia, principalmente aquelas que envolvem a valorização do servidor e do funcionalismo público como um todo”, afirmou.
A presidente do sindicato ressaltou que a iniciativa visa monitorar de forma sistemática os projetos discutidos na Ales, com foco na valorização dos servidores e na defesa dos serviços públicos. “Esse grupo fortalece toda a categoria ao garantir que nossos direitos sejam preservados. Muitas vezes, surgem projetos que tentam retirar conquistas importantes dos servidores, e precisamos estar atentos para impedir retrocessos”, destacou.
O sindicato reforça que a ideia é atuar de maneira mais sistemática, garantindo um canal direto com a Ales para fortalecer a atuação da entidade na defesa da valorização da categoria e enfrentamento a propostas que prejudiquem os servidores e os serviços públicos.
‘Projetos nocivos’
Renata também enfatizou a importância da defesa do serviço público e citou a privatização de parques estaduais como um exemplo de projeto nocivo que tem sido debatido na Casa de Leis. “Isso afeta diretamente a vida dos servidores, mas, acima de tudo, tem um impacto muito grande na população. Não podemos permitir que o interesse privado se sobreponha ao bem coletivo”, afirmou.
Desde o final de 2023, o Sindipúblicos tem se posicionado contra o Programa Estadual de Desenvolvimento Sustentável das Unidades de Conservação (Peduc), que prevê a concessão de seis parques estaduais por 35 anos para exploração turística e tem gerado forte resistência de comunidades locais, ambientalistas, movimentos sociais e parlamentares. Um ato estadual em oposição ao programa foi realizado em dezembro último no Centro de Vitória para exigir a revogação da medida e a substituição do secretário de Meio Ambiente, Felipe Rigoni (União Brasil), acusado de priorizar interesses privados em detrimento do bem coletivo.
Em carta aberta ao governador Renato Casagrande (PSB), os manifestantes ressaltaram a necessidade de evitar a nomeação de representantes de interesses empresariais para cargos estratégicos. A representante do Sindipúblicos reforça que esse é um exemplo de como decisões legislativas podem afetar diretamente os servidores e a população.
Campanha salarial
Na mesma ocasião, a diretoria do Sindipúblicos entregou um ofício ao novo presidente da Ales, Marcelo Santos, solicitando uma agenda para discutir a valorização dos servidores. A expectativa é que esse diálogo resulte em medidas concretas para fortalecer o funcionalismo público estadual.
Em março, o sindicato realizará uma assembleia para discutir a campanha salarial, que será prioridade nos primeiros meses da gestão. A mobilização terá início com uma assembleia de rua, na qual será aprovada a pauta de reestruturação de carreiras para corrigir defasagens históricas e valorizar financeiramente os servidores.
Renata enfatiza que essa é uma medida essencial para garantir a qualidade dos serviços públicos. “O Espírito Santo é o estado que menos investe em seus servidores, e isso compromete a qualidade dos serviços públicos e leva à perda de profissionais qualificados para outros estados e setores”, criticou.
Nos últimos anos, a entidade tem cobrado reajustes salariais mais justos. Em 2024, o índice de aumento foi de apenas 5%, muito abaixo dos 14,38% reivindicados pela categoria. A mobilização deve continuar ao longo do ano, com apoio do GAL para intensificar a pressão sobre os parlamentares.