Iniciativa de Arthur Lira, em meio às eleições, gera desconfiança do movimento capixaba em defesa dos serviços públicos
A afirmação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de que pretende colocar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32/2020, que trata da reforma Administrativa, em votação ainda este ano, trata-se de uma estratégia para desmantelar as mobilizações em torno da candidatura de Lula (PT) no segundo turno, acredita a presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes) e integrante do Movimento em Defesa de Direitos e Serviços Públicos de Qualidade, Junia Zaidan. Entretanto, afirma, o movimento “concentra forças nas eleições para a reconstrução da concepção de um serviço público que não seja privatista e autoritário”.
“Estamos alerta, mas também, concentrando esforços na derrubada de Bolsonaro”, acrescenta Junia. Ela destaca que, caso a PEC 32/2020 seja de fato colocada em votação, os movimentos sociais, pelo contrário, estarão ainda mais fortalecidos, em virtude da união de esforços para a candidatura de Lula, que tem unidos diversas entidades da sociedade civil organizada.
Para a entidade, trata-se de “manobra açodada, uma vez que as atenções da população e dos parlamentares permanecem concentradas nas urnas neste mês de outubro, não havendo tempo adequado para tratamento de tema de tamanha envergadura e impacto social pela atual Legislatura”.