As obras foram citadas em um pronunciamento feito pelo presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Acessibilidade, vereador Ricardo Chiabai (PPS), no Plenário da Casa, na última segunda-feira (5).
Em sua fala, Chiabai enfatizou que “as adaptações já possibilitam a entrada e o acesso de pessoas com deficiência ao plenário da Casa – onde acontecem as sessões ordinárias e solenes, audiências públicas, tribunas livres e diversos eventos – e também aos banheiros, que foram adaptados para atender a este público específico”, como informou o site oficial do legislativo municipal.
Após se pronunciar, o vereador foi homenageado pelo presidente da Casa, Ivan Carlini (DEM), que reconheceu a luta em defesa da acessibilidade como a principal marca de seu mandato, luta esta motivada por situação vivida pessoalmente, já que seu filho mais novo, de 15 anos, é cadeirante.
Os pequenos avanços, porém, não são considerados suficientes para uma instituição que deveria dar o exemplo e cumprir integralmente a legislação federal sobre o assunto, que determina a disponibilização de acessibilidade total em todos os prédios públicos e de uso público – como bancos, shoppings e outros – para pessoas com mobilidade reduzida, surdos, deficientes visuais e outras deficiências. Segundo o Decreto nº 5.296/2004, inclusive, o prazo legal para essa adaptação venceu há dez anos!
Para o presidente do Condef, as pequenas reformas, que levaram um pouco de acessibilidade apenas para uma pequena parte da edificação, não são motivo de comemoração. E cita o segundo andar, onde estão os gabinetes dos parlamentares e só é possível se chegar por meio de escadas.
No lado externo, o piso podotátil (faixa colorida e com relevo diferenciado) só foi instalado ao longo da Rua Luisa Grinalda e entrada do prédio, não englobando o acesso pela rua Antonio Ataíde. E mesmo nas calçadas com o piso especial, não há rampa de acesso pra cadeira de rodas.
Além da perpetuação da falta de acessibilidade aos cadeirantes e pessoas com outras limitações de mobilidade, permanece o total descaso com os surdos, pois não há tradução para a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) durante as sessões do Plenário, tampouco servidores treinados para se comunicar com o cidadão surdo que se dirigir à Câmara.
“Os vereadores estão comemorando o quê? Essa acessibilidade é eleitoreira”, acusa José Carlos. “A Câmara continua sem inclusão”, assevera.