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‘Projeto fere autonomia do Conselho Estadual de Juventude’

Ramon Matheus questiona PL de autoria do deputado estadual Lucas Polese

O Projeto de Lei (PL) 383/2023, que altera a composição do Conselho Estadual de Juventude (Cejuve), tem tido resistência por parte do colegiado. De autoria do deputado estadual Lucas Polese (PL), a proposta, debatida na sessão dessa quarta-feira (5), prevê a criação de cadeiras para representantes do Exército, escolas cívico-militares, Polícia Militar (PM), Bombeiros, Polícia Civil (PC), juventude empreendedora no setor de startups, igrejas cristãs, jovens advogados e juventude do Terceiro Setor.

Contudo, o presidente do Cejuve, Ramon Matheus, que representa o Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes) no colegiado, faz críticas à proposta. “Fere o princípio da autonomia do Cejuve, um órgão com mais de 15 anos de atuação”, pontua.

Redes Sociais

A justificativa para apresentação do PL 383/2023, segundo o autor, é que “jovens de diferentes setores, com seus interesses opostos, estejam representados, possibilitando discussões e debates mais amplos e propostas mais contundentes para a sociedade e que atendam a todas as áreas de interesse social”. Na proposta consta, ainda, que a alteração “esclarece ponto de obscuridade no texto original, que delega a composição do Conselho ao Poder Executivo, mas não define parâmetros mínimos para a representação popular”.

De acordo com Ramon, não houve nenhum diálogo com o Cejuve por parte de Lucas Polese. “Nem ao menos buscou conhecer nossa realidade, as entidades que compõem o Conselho”, destaca. O conselheiro aponta que as forças de segurança pública, como as polícias Militar e Civil, já estão contempladas na cadeira da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).

Ele destaca, ainda, que há uma cadeira voltada para a juventude religiosa, portanto, não há necessidade de criar uma para religiões cristãs. A cadeira já existente é ocupada por jovens da Igreja Batista, que foram os únicos a se candidatar, mas podem ser ocupadas por jovens de qualquer religião. Para Ramon, os jovens advogados já estão contemplados na cadeira de movimento de juventude sindical ou entidade de classe profissional.

Jovens do Terceiro Setor, acrescenta, estão contemplados na cadeira para organização ou entidade de pesquisa, projetos ou fomento da temática juventude, hoje ocupada pela Agência de Desenvolvimento Social Jovem (Adesjovem). Por fim, a juventude empreendedora no setor de startups, acredita o presidente do Cejuve, pode ser contemplada em uma cadeira para a juventude empresarial, a ser criada, como acontece no Conselho Nacional de Juventude, que contempla as empresas juniores.  

Em suas redes sociais, a deputada estadual Iriny Lopes (PT) também se pronunciou sobre o assunto. Ela convidou a juventude capixaba a ficar atenta à proposta e afirmou que, por causa do PL, “nos próximos dias teremos debates acalorados”.

“A juventude não é o futuro, é o hoje do Brasil, é quem está construindo o Brasil, precisa ter a representação dos seus interesses. Não tem cabimento colocar representantes do Exército, Corpo de Bombeiros, religiões”, aponta a parlamentar. Iriny prossegue: “o que precisamos mesmo é ter representantes da sociedade civil organizada. Ela sabe onde o calo aperta no emprego, no lazer, na cultura, no esporte, no emprego, no salário, na alimentação”.

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