O Ministério Público do Trabalho (MPT) realiza reunião entre representantes do Sindicato de Policiais Civis do Estado (Sindipol) e da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), nesta segunda-feira (22), para discutir a situação dos agentes que atuam na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV). No encontro, o órgão vai tentar sanar os problemas constatados pela perícia realizada pelo MPT no local.
De acordo com o relatório, os vistoriadores de veículos (investigadores e agentes) utilizam diariamente removedor de tinta pastoso, que é inflamável e requer uso de máscara protetora, óculos de segurança e luvas para a manipulação; tíner, que é tóxico e inflamável, e também necessita dos equipamentos de proteção para ser usado; e um ácido conhecido como de-fry, que, por ser manipulado pelo laboratório da polícia, não apresenta qualquer orientação de uso, nem informação sobre o produto.
A inalação frequente do tíner em concentrações elevadas acima dos níveis permitidos pela legislação pode causar dependência e danos irreversíveis à saúde.
O documento aponta, ainda, que durante a inspeção, os policiais mostraram os braços e mãos com lesões supostamente causadas pelo uso dos produtos. Em um dos casos, o policial informou à perita que está com perda auditiva e que a médica disse que a causa é o uso de produtos químicos.
Os policiais informaram, também, que muitas vezes precisam aquecer a superfície a ser vistoriada para o produto agir, fazendo com que o vapor do produto químico utilizado seja inalado.
Com base na perícia realizada na delegacia e no relato dos policiais civis, a perita sugeriu a elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), para indicar os EPIs essenciais que os policiais devem utilizar durante a inspeção veicular.
De imediato, o MPT sugere que sejam fornecidas máscaras de proteção com filtro químico, óculos de segurança, lupas e protetor auricular.
Além disso, sobre os casos das doenças causadas pelos produtos químicos, a perita sugeriu que o Sindipol envie ao MPT cópias dos laudos médicos referentes aos policiais com leucopenia (redução dos leucócitos no sangue), lesões na pele e perda de audição.