Servidores de Domingos Martins cobram resposta do prefeito Wanzete Krüger sobre efetivação de novo plano de cargos
O Sindicato dos Servidores Municipais de Domingos Martins (Sindsmudmar), região serrana do Estado, aprovou, em uma assembleia na noite desta quinta-feira (17), um indicativo de greve para todos os trabalhadores administrativos. Com uma tabela que ainda conta com valores abaixo do salário mínimo, os trabalhadores do município vivem um cenário de defasagem, enquanto aguardam o Executivo enviar propostas, já aprovadas, para a Câmara de Vereadores. As categorias deram um prazo de dez dias para respostas da gestão do prefeito Wanzete Krüger (PP).
“Praticamente todos recebem salário mínimo, a maioria complementação salarial para chegar ao mínimo (…) Uma cidade turística, onde os marajás têm suas mansões, e os servidores passam dificuldades e não têm condições de comprar nenhum imóvel com a situação salarial de hoje”, aponta o presidente do sindicato, Carlos Eduardo Schwambach.
Os trabalhadores também decidiram, na assembleia, reivindicar três abonos para os aposentados no valor de R$ 1.000 e a realização de exames médicos nos servidores. “Nós entramos no município, fazemos todos os exames, e depois que o servidor é efetivado, a prefeitura não cuida mais da saúde”, enfatiza Carlos.
Um prazo de dez dias foi dado ao município para cumprimento das demandas do sindicato, que consiste no envio dos planos de cargos dos servidores administrativos e do magistério à Câmara e o pagamento retroativo a janeiro. “Do 10º dia para frente, vamos fazer uma paralisação e depois entrar em um estado de greve ou operação-tartaruga. A gente espera que nesses 10 dias eles atendam aos anseios da categoria”, ressalta.
De acordo com o sindicato, o município já contratou uma empresa para fazer o novo plano de cargos, a categoria também já aceitou a proposta, mas os documentos ainda não foram enviados para a Câmara dos Vereadores. “Já foram feitas as reuniões em 2021. Ficou tudo fechado, os servidores praticamente por unanimidade, aceitaram a tabela, e fica nessa enrolação para mandar para a Câmara”, critica.
Na tabela salarial em vigor, o vencimento de determinadas categorias chega a valores muito abaixo do salário mínimo, fazendo com que o pagamento tenha que ser complementado para chegar ao valor exigido por lei. Em determinadas funções, a média salarial na tabela é de R$ 640,00, o que também prejudica o pagamento de horas extras e adicionais de insalubridade, já que são direitos calculados de acordo com o salário-base.
“Chegou em um ponto, aqui em Domingos Martins, que ninguém mais tem vontade de trabalhar, então esse plano de cargos novo vai dar até um ânimo para os servidores, que estão sendo prejudicados”, afirma Carlos.
Um novo plano de cargos também já foi elaborado para o magistério no município, mas ainda não foi apresentado aos trabalhadores. No caso dos servidores administrativos, o sindicato vai exigir que o pagamento seja retroativo a janeiro.
O sindicato diz que trata-se de uma defasagem salarial de mais de 65%, que dura anos. A expectativa era que o problema fosse resolvido quando uma empresa foi contratada para fazer o novo plano em 2019, mas, com o início da pandemia, em 2020, a nova base salarial não foi efetivada.
Três anos depois, os servidores continuam lutando pelo direito a um salário digno. Para Carlos Eduardo, falta vontade política. “Nós fomos nos reunindo para que, no início de 2022, já estivesse tudo concluído (…) E até agora nada. Já estamos no mês de março, chegando em abril”.